Simpósios temáticos

Confira a listagem e o horário das comunicações nos Simpósios Temáticos

Simpósio Temático 1

Título: Sociedades e Governos de Antigo Regime no Atlântico Sul, séculos XVII a XIX.

Proponentes:
Prof. Dr. Adriano Comissoli (Universidade de Passo Fundo)
Prof. Dr. Fábio Kühn (UFRGS)

Resumo:  
O simpósio discute as formas de organização social e política na América de povoamento ibérico, quer lusitano, quer hispânico. Com a análise de suas hierarquias atenta-se para a existência de diferentes grupos nas sociedades coloniais e emancipadas, bem como para suas relações concretas. Debate o acesso desigual aos recursos da sociedade, a concorrência pelos mesmos e as possibilidades de mobilidade. A discussão sobre a política e as formas de governo contempla tanto as instituições administrativas formais quanto as relações de poder e de dominação. A noção de Atlântico Sul não se limita às regiões litorâneas, mas se propõe a pensar grandes espaços complementares e suas conexões, considerando, por exemplo, os importantes vínculos com territórios africanos e circuitos comerciais que se estendam pelo continente americano. O recorte temporal tem balizas entre os anos
de 1680 e 1850. 

Justificativa:  
O grupo de pesquisa Sociedades de Antigo Regime no Atlântico Sul reúne pesquisadores e trabalhos de história social voltados às Américas lusa e hispânica e contempla as temáticas dos conflitos de fronteira entre as monarquias ibéricas, a presença das populações indígenas, a atuação das ordens religiosas; a formação das elites e suas estratégias sociais e políticas, as interações entre diferentes grupos sociais; as redes políticas e mercantis; a cultura gráfica, os usos e funções da escrita como índices de valores e condutas de uma época. A possibilidade de reunir não apenas membros do grupo, mas todo e qualquer pesquisador cujos interesses de trabalho se aproximem destes assuntos a fim de comparar metodologias, dados e conclusões estimulou a proposição do simpósio, de forma que sirva como oportunidade para trocar ideias e permita a formação de agendas de investigação comum aos investigadores dos períodos colonial e independente da América latina.  O esforço conduz à aproximação entre a história social e a história política ou, se se preferir, à aplicação de uma história social da política, bastante interessada em identificar os atores que trabalham para a confecção das estruturas sociais. Para tanto, é elemento fundamental identificar tanto grupos sociais quanto as relações que os interligam dentro da temporalidade proposta. As questões de fronteira e de identidade são recorrentes nas discussões do grupo, na medida em que este conta com um número significativo de trabalhos dedicados ao espaço platino em que os territórios de povoamento português e espanhol entram em contato, bem como diversas nações indígenas e africanos de origens diversas. Esta convivência conduz igualmente a pensar as identidades étnicas e sociais dos diversos grupos envolvidos da construção de sociedades no extremo sul da América. 

Referências bibliográficas: 
BICALHO, Maria Fernanda. A cidade e o império: o Rio de Janeiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 
BOXER, Charles R. O império marítimo português 1415-1825. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.  
CASTELLANO, Juan Luis & DEDIEU, Jean-Pierre. Réseaux, familles et pouvoirs dans le monde ibérique à la fin de l’Ancien Régime. Paris: CNRS Éditions, 1998.  
COMISSOLI, Adriano. A serviço de sua majestade: administração, elite e poderes no extremo meridional brasileiro (1808c.-1831c.). Rio de Janeiro: Tese de Doutorado, PPG em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011. 
FRAGOSO, João Luís Ribeiro & SAMPAIO, Antônio Carlos Jucá. Monarquia pluricontinental e a governança da terra no ultramar atlântico luso. Séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Mauad X, 2012. 
GIL, Tiago Luís. Coisas do caminho. Tropeiros e seus negócios do Viamão à Sorocaba (1780-1810). Rio de Janeiro: Tese de doutorado, PPGHIS-UFRJ, 2009. 
GREENE, Jack P. & MORGAN, Philip D. (ed.) Atlantic History – A critical appraisal. Oxford: Oxford University Press, 2009. 
KÜHN, Fábio. Gente da Fronteira: família, sociedade e poder no sul da América Portuguesa – século XVIII. Niterói: Tese de Doutorado, PPG em História da Universidade Federal Fluminense, 2006. 
KUPPERMAN, Karen O. The Atlantic in World History. Oxford: Oxford University Press, 2012. 
MELLO, Evaldo Cabral de. A fronda dos mazombos: nobres contra mascates. Pernambuco. 1666-1715. São Paulo: Editora 34, 2003. 
MONTEIRO, N. G.; CARDIM, Pedro. & CUNHA, Mafalda Soares da. (Orgs.) Optima Pars – Elites Ibero-Americanas do Antigo Regime. Lisboa: ICS, 2005. 
PRADO, Fabrício. In the shadows of Empires: Trans-Imperial Networks and Colonial Identity in Bourbon Rio de La Plata. Thesis (Doctor of Philosophy in History) – Faculty of the Graduate School of Emory University, Atlanta, 2009. 
SCHWARTZ, Stuart. Burocracia e sociedade no Brasil colonial. São Paulo: Editora Perspectiva, 1979. 
SOUZA, Laura de Mello e. O sol e a sombra. Política e administração na América Portuguesa do século XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. 


Simpósio Temático 2

Título: Fronteiras transculturais: imigração, urbanização e empreendedorismo.

Proponentes: 
Profa. Dra. Claudia Musa Fay (PUCRS)
Dr. Antonio de Ruggiero (PPGH-PUCRS)

Resumo e Justificativa:
O Simpósio terá como finalidade abordar temas do interesse de estudiosos dos diversos segmentos e correntes historiográficas, bem como promover a integração dos pesquisadores, a fim de colaborar com o desenvolvimento dos diferentes projetos, ampliando o campo de conhecimento e divulgação dos mesmos. Para tanto, pretende-se analisar a sociedade brasileira desde as últimas décadas do século XIX, quando foram acelerados os processos de urbanização, imigração e industrialização, até a eclosão da Segunda Grande Guerra, quando já estão suspensos os fluxos imigratórios e quando a industrialização já é uma realidade no Brasil.

Portanto, valorizar estudos sobre as trajetórias de grupos e/ou indivíduos, sua inserção social, territorial e vivências no mundo do trabalho faz  parte do escopo deste simpósio. Nas práticas cotidianas desses atores podem-se verificar os diferentes segmentos que compõem o locus e que proporcionam discussões a respeito da sua participação nas transformações das cidades, das empresas, das artes e da cultura em geral.  Levando em conta uma abordagem social relativa aos processos de urbanização,  procura-se analisar  a importância dos movimentos imigratórios, sob  a inspiração no pensamento de Simmel.
Lembra-se que esse sociólogo, referindo-se ao estrangeiro, afirma que o mesmo, na história da economia, aparece como comerciante; faz falta como intermediário justamente porque favorece o aparecimento daquilo que o "círculo" não produz. De outra parte, o estrangeiro não está radicalmente unido com elementos do grupo autóctone, para o qual preserva uma atitude sui generis, que mistura proximidade e distância. (SIMMEL:1986)

Como ressalta Núncia Santoro de Constantino (1991), no caso do Rio Grande do Sul, foi essa intermediação praticada por imigrantes, que deu início à industrialização. Já no final do século XIX, Porto Alegre concentrava o maior núcleo de fábricas, superando o eixo Rio Grande/Pelotas. Além disso, apresentava a maior diversidade industrial, principalmente financiada por capitais gerados através do comércio, como lembra Reichel.

Tais formulações aproximam-se da idéia de empreendedorismo, entendido como o conjunto de competências e habilidades relacionadas à criação e implementação de um projeto, que pode ser técnico, científico ou empresarial. Segundo Dolabela, empreendedorismo é termo que deriva da palavra inglesa entepreneurship, “[...] utilizada para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação”.

Assim, as práticas cotidianas, o estudo do desenvolvimento e da cultura empresarial se insere nas indagações do pretendido simpósio, a fim de que seja possível repensar conceitos e instigar investigações sobre o papel do imigrante, a questão da urbanização, do empreendedorismo e do emprego de novas tecnologias. Possibilitar a ampliação do tema norteador viabilizará outras interpretações e um novo olhar sobre este objeto de estudo.

Referências bibliográficas: 
CONSTANTINO, Núncia Santoro de Constantino. O Italiano da Esquina. Porto alegre: EST, 1991.
DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor.A metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. São Paulo:Ed. Cultura, 1999
Georg  Simmel.   Estudios sobre las formas de socialización.   V.2.   Madrid: Alianza Ed., 1986.
REICHEL, Heloísa Jochims.   A industrialização no Rio Grande do Sul na República Velha. In: CESAR, Guilhermino e outros.   Porto Alegre: Mercado Aberto, 1979.


Simpósio Temático 3

Título: História, língua e fronteira

Proponentes:
Profa. Dra. Andréa F. Weber (UFSM - Departamento de Ciências da Comunicação)
Profa. Dra. Eliana Rosa Sturza (UFSM - Departamento de Letras)
Profa. Dra. Sara dos Santos Mota (Unipampa – Departamento de Letras)

Resumo:
As fronteiras delimitam as línguas de sujeitos e nações; mas também as línguas estabelecem fronteiras entre eles. O Simpósio Temático História, língua e fronteira pretende reunir trabalhos de pesquisa que tratem das línguas em contato na formação histórica das fronteiras. O tema pode ser abordado sob diversos pontos de vista, como, por exemplo, a história das línguas contada a partir do seu contato nas áreas de fronteiras; as fronteiras linguísticas na história; a história das áreas fronteiriças contada a partir das línguas e a história das políticas de línguas para/nas áreas de fronteira.

Justificativa:
A importância deste simpósio se justifica no fato de que as línguas são um componente fundamental da organização histórica das fronteiras, especialmente no que diz respeito à construção das identidades. No que se refere à relação com os Estados, as línguas constituíram um dos pilares da expansão colonial e da posterior soberania nacional. Diversas leis e políticas linguísticas implantadas pelos governos atestam essa afirmação: a proibição do uso da língua geral (tupi) pelo Marques de Pombal, no Brasil colonial; a difusão do espanhol na fronteira Norte pelo ensino público, laico e gratuito do Uruguai, a partir de 1877; a proibição do ensino e das publicações em línguas estrangeiras, no governo Vargas; a interdição do cocoliche e do lunfardo nas rádios argentinas nas décadas de 1930 e 40 e a recente (1992) oficialização do guarani, no Paraguai, são apenas alguns exemplos da relação língua-Estado-identidades na história da América do Sul.

Por outro lado, as fronteiras culturais (PESAVENTO, 2006) funcionaram paralelamente e, às vezes até, contrariamente às geopolíticas, no terreno das relações cotidianas entre os sujeitos, nos intercâmbios comerciais, nas tecnologias de comunicação social que extrapolam as linhas divisórias; nos costumes compartilhados. Desse contato, o que os Estados entendem como língua estrangeira se torna a segunda língua de um povo ou, mesmo, a língua materna de muitos sujeitos. Além disso, surgem línguas resultantes do contato, como o portunhol e o portuguaranhol, característicos da fronteira platina, como também outras que mesclam a língua nacional com as autóctones, de imigração, estrangeiras, etc. Essa fronteira se fez historicamente presente no local-fronteiriço e ganha relevância, atualmente, com os processos de regionalização e globalização.

Assim este simpósio contribuirá para escrever a história da fronteira e das línguas, na estreita relação que elas mantêm. Pretende-se que isso ocorra de um ponto de vista transdisciplinar, envolvendo pesquisadores para além da Linguística, provenientes de áreas como História, Geografia, Sociologia, Antropologia e outras que entrelaçam o tema das línguas e das fronteiras em seus estudos.

Referências bibliográficas:
ALBUQUERQUE, J.L.C. A dinâmica das fronteiras: deslocamento e circulação dos “brasiguaios” entre os limites nacionais. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 15, n. 31, p. 137-166, jan./jun. 2009. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ha/v15n31/a06v1531.pdf. Acesso em: 12 mar. 2012.
BEHARES, L.E. Apresentação. Revista Pro-posições. Dossiê Educação fronteiriça Brasil/Uruguay, línguas e sujeitos. Faculdade de Educação da Unicamp, v. 21, n. 63, p. 17-24, set/dez, 2010.
BROVETTO, C. Educación bilíngue de frontera y políticas linguísticas em Uruguay. Revista Pro-posições. Dossiê Educação fronteiriça Brasil/Uruguay, línguas e sujeitos. Faculdade de Educação da Unicamp, v. 21, n 63, p. 25-44, set/dez, 2010.
CERVO, A. L; RAPOPORT, M. História do Conesul. Rio de Janeiro: Revan; Brasília: UNB, 1998.
COLVERO, R. Negócios na madrugada: o comércio ilícito na fronteira do Rio Grande do Sul. Passo Fundo: UPF Ed., 2004.
GUIMARÃES, E. Enunciação e política de línguas no Brasil. Revista Letras, n.27, p. 47-53, 2003. Disponível em: http://w3.ufsm.br/revistaletras/letras27.html. Acesso em: 12 mai. 2011.
LIPSKI, J. Encontros fronteiriços espanhol-português. Revista Ideação, n 2, v 13, p. 83-100, 2º sem, 2011. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/ideacao/article/view/6109/4709. Acesso em: 21 nov. 2012.
MACHADO, L.O. Limites, fronteiras, redes. In: STROHAECKER, T.M. et al. (orgs). Fronteiras e Espaço Global. Porto Alegre: AGB, 1998. p.41-49. Disponível em: acd.ufrj.br/fronteiras/pdf/LimitesPAlegre1998. Acesso em: 10 ago. 2009.
MIGNOLO, W. Histórias locais/ projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2003.
MÜLLER, K; GERZSON, V.R; RADDATZ, V.L; SOARES, M. Comunicação e Integração Latino-Americana: a participação da mídia local na construção da cultura e da identidade fronteiriça. Revista Fronteiras- estudos midiáticos, n12(2): 116-125, maio/agosto, 2010. Disponível em: http://www.fronteiras.unisinos.br/pdf/92.pdf. Acesso em: 12 ago. 2011.
ORLANDI, E. Língua e conhecimento lingüístico: para uma história das idéias no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.
PESAVENTO, S.J. Fronteiras culturais em um mundo planetário-paradoxos da(s) identidade(s) sul-latino-americana(s). Revista del CESLA (Centro de Estudos Latinoamericanos da Universidade de Varsóvia), n. 8, p. 9-18, 2006.
REICHEL H. Para além das barreiras das fronteiras geopolíticas na construção historiográfica: a região platina no sul da América do Sul. In: Intercâmbios políticos e mediações culturais nas Américas. BEIRED, José Luis Bendicho; CAPELATO, Maria Helena, PRADO, Maria Lígia Coelho(orgs). Assis: FCL-Assis-UNESP; São Paulo: Laboratório de Estudos de História das Américas – FFLCH – USP, 2010. P. 441 a 458. Disponível em: http://www.fflch.usp.br/dh/leha/cms/UserFiles/File/Intercambios_Politicos_-_e-book.pdf. Acesso em: 12 maio 2012.
RODRIGUEZ-ZUCOLILLO, C. Língua, nação e nacionalismo: um estudo sobre o guarani no Paraguai. 254f. Tese (Doutorado em Linguística). Instituto de Estudos da Linguagem. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
STURZA, E. Fronteiras e práticas linguísticas: um olhar sobre o portunhol. Revista Internacional de Linguística Iberoamericana – RILI. II 1 (3), 151-160, 2004.
STURZA, E. Línguas de fronteira: o desconhecido território das práticas linguísticas das fronteiras brasileiras. Ciência e Cultura, vol.57, n.3, p. 47-50. São
STURZA, E. Línguas de fronteiras e política de línguas: uma história das idéias lingüísticas. 2006. 168f . Tese (Doutorado em Linguística). Instituto de Estudos da Linguagem. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.
ZAJÍCOVÁ, L. El bilinguismo paraguayo. Madrid: Iberoamericana, 2009.
WEBER, A.F. Política de línguas e mídia no Mercosul: um estudo enunciativo de jornais de fronteira. 2013. 250f. Tese (Doutorado em Letras). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2013.
WEBER, Políticas linguísticas no espaço midiático do Mercosul. In: Denise Almeida Silva. (Org.). Poéticas do espaço, geografias simbólicas. 1ed. Frederico Westphalen: Editora da URI, 2013, p. 185-204.

 

Simpósio Temático 4

Título: A devoção que ultrapassou fronteiras e deu início a novos processos
sócio-identitários: Monge João Maria e as populações do Brasil meridional


Proponentes:
Prof. Dr. Alexandre Karsburg (PPGH/UFPel)
Prof. Dr. Flávio Braune Wiik (Universidade Estadual de Londrina)

Resumo:
A devoção ao monge João Maria tem ocupado importante lugar dentro das formas e dinâmicas sociais das populações tradicionais e autóctones do planalto meridional brasileiro. Aspecto relevante do universo “caboclo”, a crença e práticas a ela atreladas têm sido marcantes desde a região de Sorocaba, em São Paulo, nos Campos Gerais do Paraná, no Planalto oeste e meio-oeste de Santa Catarina, nas regiões de Santa Maria e Candelária, além de todo o norte do Rio Grande do Sul. Nascida em meados do século XIX a partir do contato de um eremita italiano com diversos segmentos sociais do sul do Brasil, a devoção ao Monge João Maria tem ultrapassado fronteiras desdobrando-se nas mais diversas manifestações de religiosidade e suas consequentes expressões de cunho sócio-político, econômico e cultural. Nosso Simpósio Temático pretende atrair pesquisadores que estudem a crença – assim como a processos sociais a ela acoplados – entre Índios Kaingang, Xokleng e Guarani, descendentes de imigrantes portugueses, italianos e alemães, bem como àqueles que abordem a religiosidade a partir dos locais de memória e devoção atualmente ligados à figura do monge. Serão aceitos, também, pesquisadores que se dedicam às pesquisas de cunho histórico e antropológico sobre o impacto e desdobramentos conectados à dimensão do sagrado sobre os modos e regimes societários e culturais.

Justificativa:
Desde o ano de 2012, estão sendo realizados Simpósios em diferentes universidades do sul do Brasil acerca do tema do Movimento do Contestado, oportunizando momentos de debates e reflexões. As pesquisas apresentadas nestes encontros, produzidas em diferentes instituições, são resultadas de trabalhos inéditos e afins com as novas direções tomadas pela historiografia nos tempos atuais. O grupo, marcado pelo intercâmbio de informações, de contatos e mesmo de fontes de pesquisa, é formado por historiadores, geógrafos, sociólogos e antropólogos, que estão publicando não apenas trabalhos diretamente relacionados ao Movimento do Contestado, mas também a assuntos aproximados, tais como tropeirismo, religiosidade popular, folclore, tradições de populações indígenas e migrantes. Embora o foco do grupo continue ligado ao episódio histórico catarinense, passou também a interessar-se por um variado matiz de manifestações históricas, sociais e culturais do Sul do Brasil. O tema do Contestado nacionalizou-se, deixando, portanto, de ser “História Regional”. Nossa proposta visa, assim, oportunizar um espaço para que o grupo de estudos do Contestado se amplie e se fortaleça, consolidando a integração e a parceria de importantes pesquisadores do Sul do Brasil, intensificando os contatos de estudo e pesquisa para alunos de graduação e pós-graduação de Instituições do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Referências bibliográficas:
AURAS, Marli. Poder oligárquico catarinense: da guerra aos “fanáticos” do Contestado à “opção pelos pequenos”. São Paulo: PUC-SP, 1991. Tese (Doutorado em Educação), PUCSP, 1991.
CABRAL, Oswaldo Rodrigues. João Maria: Interpretação da Campanha do Contestado. São Paulo: Editora Nacional, 1960.
DALFRÉ, Liz Andréa. Outras narrativas da nacionalidade: o movimento do Contestado. Curitiba: UFPR, 2004. Dissertação (mestrado em História), Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, UFPR, 2004.
DIACON, Todd A. Millenarian vision, capitalist reality: Brazil’s Contestado rebellion, 1912-1916. Durham: Duke University Press, 1991.
ESPIG, Márcia Janete. A presença da gesta carolíngia no movimento do Contestado.  Porto Alegre, 1998. Dissertação (Mestrado em História) - Departamento de História, UFRGS.
______________. Personagens do Contestado: Os turmeiros da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (1908-1915). Porto Alegre: UFRGS, 2008. Tese (Doutorado em História), UFRGS, IFCH, 2008.
GALLO, Ivone Cecília d’Ávila. O Contestado: o sonho do milênio igualitário. Campinas, 1992. Dissertação (Mestrado em História) Universidade Estadual de Campinas.
KARSBURG, Alexandre. O Eremita das Américas: a odisseia de um peregrino italiano no século XIX. Santa Maria: Editora da UFSM, 2014.
MACHADO, Paulo Pinheiro. Um estudo sobre as origens sociais e a formação política das lideranças sertanejas do Contestado, 1912-1916. Tese de Doutorado. Campinas, 2001.
MONTEIRO, Duglas Teixeira. Os errantes do novo século: um estudo sobre o surto milenarista do Contestado. São Paulo: Duas Cidades, 1974.
OLIVEIRA, Célio Alves de. A construção e a permanência do mito de João Maria de Jesus na região do Contestado, Santa Catarina. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social), Departamento de Ciências Sociais, UFRGS, 1992.
PEREIRA DE QUEIROZ, Maria Isaura. La "Guerre Sainte" au Brasil : Le mouvement messianique du "Contestado". São Paulo: FFCL da USP, 1957.
QUEIROZ, Maurício Vinhas de. Messianismo e conflito social (a guerra sertaneja do Contestado -  1912-1916). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.
RODRIGUES, Rogério Rosa. Os sertões catarinenses: embates e conflitos envolvendo a atuação militar na Guerra do Contestado. Florianópolis: UFSC, 2001. Dissertação (Mestrado em História), CFCH, UFSC, 2001.
__________.  Veredas de um grande sertão: a Guerra do Contestado e a modernização do Exército brasileiro na Primeira República. Rio de Janeiro: UFRJ, Tese (Doutorado em História).
VALENTINI, Delmir. Atividades da Brazil Railway Company no Sul do Brasil: a instalação da Lumber e a Guerra na Região do Contestado. Porto Alegre: PUC-RS, Tese (Doutorado em História). 2009.
WIIK, Flávio Braune; WRIGHT, Robin M.; KAPFHAMMER, Wolfgang. “The clash of cosmographies: indigenous societies and project collaboration - three ethnographic cases (Kaingang, Sateré-Mawé, Baniwa)”. Vibrant (Florianópolis). , v.9, p.382 - 450, 2012.
WIIK, Flávio Braune. “O Contestado e seu impacto sobre modos e regimes de relação Homem - Natureza entre os Índios Kaingang da Terra Indígena Xapecó – SC”. In: Nem Fanáticos, nem Jagunços: reflexões sobre o Contestado (1912 - 2012). 1 ed.Pelotas - RS : Editora da UFPEL, 2012, p. 173-190.

 

Simpósio Temático 5

Título:
Trabalhadores no Brasil: identidades e lutas

Proponentes:
Prof. Dr. Beatriz Ana Loner UFPel, professora permanente PPGH
Prof. Dr. Diorge Konrad – professor UFSM

Resumo:
Este simpósio pretende discutir questões relativas à construção identitária de trabalhadores brasileiros em sentido amplo, sem amarras referentes à periodização histórica, estatuto jurídico, etnias, cores ou profissões. Dessa forma nos interessa tanto estudos que foquem o trabalhador cativo quanto aqueles dos trabalhadores assalariados seja no período imperial quanto no republicano.  Os estudos podem se enquadrar na questão da organização e lutas, sejam elas de categorias, classes, sindicatos ou movimentos sociais, ou discutir questões referentes a construção da identidade de setores ou grupos dentro do grande conjunto das classes trabalhadoras, a partir de  aspectos culturais, sociais, recreativos, etc. Para propiciar uma base comum para a discussão coletiva será dada atenção também as técnicas e métodos empregados nas pesquisas.

Justificativa:
As discussões e pesquisas sobre trabalho e trabalhadores vêm encontrando um novo fôlego nos últimos anos, em que a área se abriu bastante para estudos que procuram buscar o trabalhador em todos os seus momentos, seja de trabalho ou  lazer e também em todos os espaços, o que inclui não só o cotidiano da fábrica, vila ou bairro em que moram, mas sua vivência como cidadão e membro da sociedade em que se insere. Entende-se que sua construção identitária como trabalhador ou membro de uma classe, setor, grupo social, minoria ou partido, está marcada por suas experiências cotidianas, pelos elementos com os quais se relaciona, pelas expectativas e objetivos dos grupos dos quais toma parte, pelos costumes e ideias que compartilha com outros, enfim, pela forma como sua vida se insere dentro do conjunto social.
Organizações e lutas são elementos importantes nessa construção do trabalhador e são cimentados por propostas que giram ao redor de sentidos identitários que são atribuídos aos seus integrantes, pelas próprias  associações e movimentos envolvidas.  Ou ainda o individuo pode vir a ser incluído em determinados grupos por práticas coercitivas, discriminatórias ou segregacionistas existentes na sociedade e que determinam o status de cada um dentro daquele espaço social.  Enfim, são muitos os elementos que podem, eventualmente, interferir no modo de inserção do indivíduo em determinados movimentos ou categorias, ou mesmo classe,  e o resultado é que há necessidade da construção de uma identidade em comum, uma identidade para a ação. Desta forma, aliando a luta, formação e consolidação de organizações e a construção de identidades, espera-se discutir as variadas formas pelas quais ocorre a expressão social de elementos oriundos das classes trabalhadoras no Brasil, individual ou coletivamente.

Referências bibliográficas:
ANDREWS, George. Negros e brancos em São Paulo (1888-1998) Bauru: EDUSC,1998.
ANTUNES, Ricardo. Classe operária, sindicatos e partido no Brasil. São Paulo:  Cortez, 1980.ANTUNES, Ricardo. A rebeldia do trabalho. Campinas: EdUnicamp, 1992.
BATALHA C., SILVA, F. e FORTES, A. Culturas de classe. Campinas: EDUNICAMP,2004.
BOURDIEU, Pierre.  Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990..
CRUZ, Maria Cecília Velasco. Tradições negras na formação de um sindicato: sociedade de resistência dos trabalhadores em trapiche e café, Rio de Janeiro, 1905-1930. Afro-Ásia, n. 24, UFBA, 2000, p. 243-290.
DOMINGUES, Petrônio. Movimento negro brasileiro: alguns apontamentos históricos. Revista Tempo, 23, julho 2007, p. 113-135.
FRENCH, John D. Afogados  em leis. A CLT e a cultura política dos trabalhadores brasileiros. São Paulo: ed. Perseu Abramo, 2001.
HOBSBAWM, Eric. Mundos do Trabalho. 2ª edição. Rio de Janeiro: Paz e terra, l 987.
GOMES, Angela . A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: IUPERJ, 1988.
GUIMARÃES, Antonio. Classes, raça e democracia. São Paulo: Ed.34, 2002.
HALL, Stuart. Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: ED UFMG, 2006.
HOBSBAWM, Eric. Os Trabalhadores. Estudos sobre a História do Operariado. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2012.
LONER, B. e GILL, L. Clubes carnavalescos negros em Pelotas. Revista Estudos Ibero-americanos, v. 35, n.1, 2009, p. 145-162.
LONER, Beatriz. Construção de classe:  operários de Pelotas e Rio Grande. Pelotas: EDUFPel, 2001.
MATTOS, Hebe, e RIOS, Ana M. Lugão. O pós abolição como problema histórico: balanços e perspectivas. Topoi, v.5, n.8, 2004, p. 170-198. 
MATTOS,. Marcelo Badaró. Escravizados e livres. Experiências comuns na formação da classe trabalhadora carioca. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2008.
MOREIRA, Paulo R. S. Os cativos e os homens de bem. Porto Alegre: EST edições 2003.
PERROT, Michele. Os excluídos da história . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
PESAVENTO, Sandra. A emergência dos subalternos. Porto Alegre: EDUFRGS, 1989.
SCHMIDT, Benito. De mármore e de flores: a primeira greve geral do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed UFRGS, 2005 e
PETERSEN, Silvia. “Que a União Operária seja nossa pátria” História das lutas dos operários gaúchos para construir suas organizações. Santa Maria: Editora da UFSM, 2001.
THOMPSON, Edward. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos.( Organizado por NEGRO, Antonio e SILVA, Sergio). Campinas: EDUNICAMP, 2001.
THOMPSON, Edward. Costumes em comum: Estudos sobre a Cultura Popular Tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

 

Simpósio Temático 6

Título: Comércio, comerciantes e redes mercantis no Brasil e no Rio da Prata: séculos XVII ao XIX

Proponentes:
Dr. Gabriel Santos Berute (PPG – História/UNISINOS)
Dr. Jonas Moreira Vargas (PPG – História/UFRGS)

Resumo:
Os estudos de temas relativos às atividades mercantis desenvolvidas no Brasil e nos territórios que pertenceram à Coroa espanhola são de fundamental importância para a compreensão do processo de formação e desenvolvimento das sociedades latino-americanas. O Simpósio Temático “Comércio, comerciantes e redes mercantis no Brasil e no Rio da Prata: séculos XVII ao XIX” propõe estabelecer um espaço de diálogo entre pesquisadores que desenvolveram diferentes perspectivas e aspectos da referida temática. Espera-se que os trabalhos apresentados contemplem aspectos como a caracterização e análise das mercadorias comercializadas, as rotas e os agentes mercantis envolvidos, assim como suas transformações e permanências ao longo do período analisado. Também serão bem-vindos os estudos que considerem o mercado de terras e de escravos em tais contextos, assim como a inversão do capital mercantil em outras áreas de atividade como a agropecuária e a indústria. Do mesmo modo, nos interessa refletir a respeito da participação política e das formas de inserção social dos comerciantes em suas respectivas sociedades.

Justificativa:
O desenvolvimento e a consolidação dos programas de pós-graduação em História ao longo das últimas décadas representaram a ampliação e diversificação dos temas de investigação, das fontes e dos referenciais teóricos e metodológicos. Os estudos direcionados aos diferentes aspectos relacionados às atividades mercantis, ainda que não tenham recebido a mesma atenção que outras temáticas, passaram por uma importante e profícua renovação. A utilização de fontes variadas, analisadas por meio de perspectivas teóricas e metodológicas renovadas, permitiu que conhecêssemos com maior detalhe as características da atividade comercial e das redes mercantis de diferentes localidades do Brasil e das demais regiões da América latina (destacadamente os vizinhos do Rio da Prata) e questionássemos certezas estabelecidas em nossas historiografias. Entretanto, parte destes trabalhos ainda carece de maior divulgação e não contamos em nosso espaço acadêmico com um fórum de discussão sistemática
e permanente. É com este intuito que apresentamos esta proposta de simpósio que pretende reunir os pesquisadores interessados na temática com vistas a confrontarmos nossos resultados e darmos continuidade ao debate em torno do comércio desenvolvido nestas regiões ao longo dos séculos XVII,
XVIII e XIX.

Referências Bibliográficas:
BERUTE, Gabriel Santos. Atividades mercantis do Rio Grande de São Pedro: negócios, mercadorias e agentes mercantis (1808-1850). Porto Alegre: PPG-História/UFRGS, 2011 [tese de doutorado].
BERUTE, Gabriel Santos. Dos escravos que partem para os portos do sul: características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c. 1790- c. 1825. Porto Alegre: PPG-História/UFRGS, 2006 [dissertação de mestrado].
BETHELL, Leslie (ed.). Historia de América Latina. V. 3. América Latina colonial: economía. Barcelona: Editorial Crítica, 1990.
BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo. Vol. 2 (Os jogos das trocas). São Paulo: Martins Fontes, 1998 [1ª Edição, 1979].
BROWN, Larissa V. Internal commerce in a colonial economy: Rio de Janeiro and it’s hinterland, 1790-1822. Virgínia: University of Virgínia/Corcoran, Departament of History, 1986 [tese de doutoramento].
CHAVES, Cláudia Maria das Graças. Melhoramentos no Brazil: integração e mercado na América Portuguesa (1780-1822). Niterói: PPGH-UFF, 2001 [tese de doutorado].
CORSETTI, Berenice. Estudo da charqueada escravista no século XIX. Niterói: PPGH-UFF, 1983 [dissertação de mestrado].
COSTA, Leonor Freire. O transporte no Atlântico e a Companhia Geral do Comércio do Brasil (1580-1663) [2 Vols.]. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2002.
DEVEZA, Guilherme. Um precursor do comércio francês no Brasil. São Paulo/Brasília: Ed. Nacional/INL, 1976.
DIAS, Maria Odila da Silva. A interiorização da metrópole. In: DIAS, Maria Odila da Silva. A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005 [1ª ed., 1972], p. 7-37.
FERREIRA, Gabriela Nunes. O Rio da Prata e a consolidação do Estado imperial. São Paulo: Hucitec, 2006.
FLORENTINO, Manolo. Em costas negras: uma história do tráfico atlântico de escravos entre a África e o Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX). São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
FLORES, Mariana Flores da Cunha Thompson. Crimes de fronteira: a criminalidade na fronteira meridional do Brasil (1845-1889). Porto Alegre: PPGH/PUCRS, 2012.
FLORY, Rae; SMITH, David Grant. Bahian Merchants and Planters in the Seventeenth and Early Eighteenth Centuries. Hispanic American Historical Review, 58 (4), Nov. 1978, p. 571-94.
FRADKIN, Raul. (Org.). Conflictos, negociaciones y comercio durante las guerras de independencia latinoamericanas. Piscataway: Georgias Press, 2010.
FRAGOSO, João L. R. Para que serve história econômica? Notas sobre a história da exclusão social no Brasil. Estudos Históricos (CPDOC/FGV). Rio de Janeiro: n. 29, p. 3-28, 2002.
FRAGOSO, João L. R.. Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
FRAGOSO, João L. R.; ALMEIDA, Carla M. de Carvalho; SAMPAIO, Antônio C. Jucá de (Orgs.). Conquistadores e negociantes: história de elites no Antigo Regime nos trópicos. América lusa, séculos XVI a XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre e seu comércio. Porto Alegre: Associação Comercial de Porto Alegre, 1983.
FRIEDMAN, Jeanne Lynn. Free trade and independence: the Banda Oriental in the World-System, 1806-1830. Ohio: Ohio State University, 1993 [tese de doutorado].
FURTADO, Júnia Furtado. Homens de negócio: a interiorização da metrópole e o comércio das Minas setecentistas. São Paulo: Hucitec, 2006 [2ª Edição].
GIL, Tiago Luís. Coisas do caminho: tropeiros e seus negócios do Viamão à Sorocaba (1780-1810). Rio de Janeiro: PPGHIS/UFRJ, 2009 [tese de doutorado].
GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa/Rio de Janeiro: Difel/Bertrand Brasil, 1989.
GRAÇA FILHO, Afonso de Alencastro. Os convênios da carestia: crises, organização e investimentos do comércio de subsistência na Corte (1850-1880). Rio de Janeiro: PPGHIS/UFRJ, 1991 [dissertação de mestrado].
GUIMARÃES, Carlos Gabriel. A presença inglesa nas finanças e no comércio do Brasil imperial: os casos da Sociedade Bancária Mauá, MacGregor & Co. (1854-1866) e da firma Samuel Phillips & Co. (1808-1840). São Paulo: Alameda, 2012.
KLAFKE, Álvaro Antônio. O Império na província: construção do Estado nacional nas páginas de O propagador da Indústria Rio-grandense – 1833-1834. Porto Alegre: PPG-História/UFRGS, 2006 [dissertação de mestrado].
KÜHN, Fábio. Gente da fronteira: família, sociedade e poder no sul da América portuguesa - século XVIII. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2006 [tese de doutorado].
KUNIOCHI, Márcia Naomi. Crédito, negócios e acumulação. Rio de Janeiro: 1844-1857. São Paulo: FFLCH-USP, 2001 [tese de doutorado].
LENHARO, Alcir. As tropas da moderação (o abastecimento da Corte na formação política do Brasil – 1808-1842). Rio de Janeiro: SMC, 1993.
LEVI, Giovanni. Sobre micro-história. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992, p. 133-61.
LIMA FILHO, Henrique Espada Rodrigues. A micro-história italiana: escalas, indícios e singularidades. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
LUGAR, Catherine. The Merchant community of Salvador, Bahia, 1780-1830. Nova Iorque: State University of the Nova Iorque at Stony Brook, 1980 [tese de doutorado].
MADUREIRA, Nuno Luis. Mercado e Privilégios. A Indústria Portuguesa entre 1750-1834. Lisboa: Ed. Estampa, 1997.
MANCHESTER, Alan K. Preeminência inglesa no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1973 (1ª Edição, 1933).
MARTINHO, Lenira Menezes e GORENSTEIN, Riva. Negociantes e caixeiros na sociedade da Independência. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1993.
MATTOS, Walter Lopes. “A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas e Navegação deste Estado do Brazil e seus domínios ultramarinos”: um tribunal de antigo regime na corte de D. João (1808-1821). Niterói: PPGH-UFF, 2009 [dissertação de mestrado].
MIRANDA, Márcia Eckert. A estalagem e o império: crise do antigo regime, fiscalidade e fronteira na Província de São Pedro (1808-1831). São Paulo: Aderaldo & Rothschild Editores Ltda., 2009.
MOREIRA, Maria Cristina Guimarães de Almeida. Relaciones comerciales luso-españolas (1774-1860). Pamplona: Universidad de Navarra-Departamento de Ciencias Económicas y Empresariales, 2002 [2 vols.] [tese de doutorado].
MUNHOZ, Cláudia Simone de Freitas. A Associação Comercial do Rio Grande de 1844 a 1852: interesses e atuação representativa do setor mercantil. São Leopoldo: PPG-História/UNISINOS, 2003 [dissertação de mestrado].
OLIVEIRA, Luís Valente de; RICUPERO, Rubens (Orgs.). A abertura dos portos. Editora Senac São Paulo, 2007.
OSÓRIO, Helen. O império português no sul da América: estancieiros, lavradores e comerciantes. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
PEDREIRA, Jorge Miguel Viana. Os homens de negócio da Praça de Lisboa de Pombal ao Vintismo (1755-1822). Diferenciação, reprodução e identificação de um grupo social. Lisboa: Universidade de Nova Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 1995 [tese de doutorado].
PESAVENTO, Fábio. Um pouco antes da Corte: a economia do Rio de Janeiro na segunda metade do setecentos. Jundiaí: Paco Editorial, 2013.
POLANYI, Karl. A grande transformação: as origens da nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 1980.
POLANYI, Karl. La economía como actividad institucionalizada. In: POLANYI, Karl; ARENSBERG, Conrad M.; PEARSON, Harry W. (Org.). Comercio y Mercado en los imperios antiguos. Barcelona: Editorial Labor, 1976, p. 289-316.
PRADO, Fabrício Pereira. A Colônia do Sacramento: o extremo sul da América portuguesa no século XVIII. Porto Alegre: F. P. Prado, 2002.
RIBEIRO, Alexandre Vieira. A cidade de Salvador: estrutura economia, comércio de escravos e grupo mercantil (c.1750 c.1800). Rio de Janeiro: PPGHIS-UFRJ, 2009 [tese de doutorado].
SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. Na encruzilhada do império: hierarquias sociais e conjunturas econômicas no Rio de Janeiro (c. 1650-c. 1750). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.
SANTOS, Corcino Medeiros dos. Economia e sociedade do Rio Grande do Sul: século XVIII. São Paulo: Ed. Nacional; Brasília: INL, 1984.
SMITH, David G. The mercantile class of Portugal and Brazil in the seventeenth century: a socio-economic study of the merchants of Lisbon and Bahia, 1620-1690. Austin: University of Texas, 1975 [tese de doutorado].
SOCOLOW, Susan. Los mercadores del Buenos Aires virreinal: familia y comercio. Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 1991 [1ª edição, 1878].
SOUSA, Fernando de (Org.). A Companhia e as relações econômicas de Portugal com o Brasil, a Inglaterra e a Rússia. Porto: CEPESE/Edições Afrontamento, 2008, v. 1.
SOUZA, Sabrina Silva de. Comerciantes em Rio Pardo-RS: atuações comerciais e relações sociais: 1800-1835. Porto Alegre: PPG-História/PUC, 1998.
VARGAS, Jonas Moreira. Pelas margens do Atlântico: um estudo sobre elites locais e regionais no Brasil a partir das famílias proprietárias de charqueadas em Pelotas, Rio Grande do Sul (século XIX). Rio de Janeiro: PPGHIS/UFRJ, 2013 [tese de doutorado].
VOLKMER, Márcia S. Compatriotas franceses ocupam a fronteira: imigração e comércio na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul (segunda metade do século XIX). Porto Alegre: PPGH/UFRGS, 2013.

 

Simpósio Temático 7

Título: Fronteiras e Identidades: Questões Clássicas

Proponentes:
Dr. Carolina Kesser Barcellos Dias (PPGH-UFPel)
Prof. Dr. Vagner Carvalheiro Porto (MAE-USP – LARP-USP)

Resumo:
O simpósio "Fronteiras e Identidade: Questões Clássicas" propõe um fórum de debates sobre pesquisas dedicadas à antiguidade mediterrânica que discutam as concepções de identidade e fronteira presentes já nas obras de autores antigos, e na produção da historiografia moderna e contemporânea sobre o mundo clássico. Assim, pretende reunir as discussões atuais produzidas nas diversas áreas das Humanidades, e oferecer um espaço de exposição das pesquisas sobre o tema desenvolvidas por classicistas brasileiros, que contribuem para a discussão e fortalecimento dos estudos sobre antiguidade no país. O simpósio propõe um debate interdisciplinar sobre as fronteiras e identidades no mundo antigo, buscando nas abordagens da História, Literatura, Arqueologia, entre outras especialidades, maneiras de compreender a construção das identidades no e para o mundo antigo, assim como as reinterpretações e reminiscências de elementos da antiguidade em nossa própria construção identitária.

Justificativa:
A temática das fronteiras e identidades permanece nos debates acadêmicos como uma questão atual, embora possua longa tradição na grande área das humanidades. No caso específico da produção dedicada aos estudos clássicos, essa tradição pode remontar à própria produção antiga, em documentos literários que demonstram tentativas de definição do ‘eu’ e do ‘outro’ em contextos específicos de contatos entre diferentes comunidades. Ao longo da produção acadêmica sobre o tema, construções e desconstruções dos conceitos de identidade e etnicidade foram sendo produzidos; o uso da cultura material como fonte documental fortaleceu a compreensão sobre as trocas, circulações e interações materiais e simbólicas entre as sociedades do passado, e as reminiscências da Antiguidade influenciaram as construções identitárias em diversos momentos da história, até nossos dias. Um espaço de discussão dedicado aos temas clássicos é proposto no II Encontro Internacional Fronteiras e Identidades a fim de contribuir com esses debates; ainda, por se tratar de um evento organizado e desenvolvido na Universidade Federal de Pelotas, abre a oportunidade de continuidade de uma discussão que, há onze anos, foi promovida na UFPel, durante o V Congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos “Fronteiras e Etnicidade no Mundo Antigo”. 

Referência bibliográfica:
ALDROVANDI, C. E. V. Etnicidade, helenicidade e alteridade: apontamentos sobre a visão do outro e de si mesmo no mundo antigo. SP: Labeca – MAE/USP, 2009: 1-29.
BENHABIB, S.; RESNIK, J. Migrations and Mobilities: Citizenship, Borders, and Gender. New York and London: New York University Press. p. 47-75.
BERNAL, M. “The Image of Ancient Greece as a Tool for Colonialism and European Hegemony” In BOND, G. C.; GILLIAM, A. (eds.) Social Construction of the Past. Representation as Power. London: Routledge. p. 119-128.
CARRATELLI, G. (org.). The western Greeks, classical civilization in the western Mediterranean. London: Thames and Hudson, p. 541-548, 1996.
CERQUEIRA, F. V.; POZZER, K. M. P.; NOBRE, C. K. (orgs.). Fronteiras & Etnicidade o Mundo Antigo. Anais do Congresso da SBEC, 15 a 19 de setembro de 2003. Pelotas: UFPel, 2005.
DE JULLIS, E. M. Magna Grecia. L’Italia meridionale dalle origine leggendarie alla conquista romana. Bari: Ed. Puglia, 1996.
DIAS, C. K. B. Colonização grega e contato cultural na Magna Grécia:  o testemunho dos vasos lucânicos. AEDOS, n. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009:44-62.
DOUGHERTY, C.; KURKE, L. (eds.) The Cultures within Ancient Greek Culture: Contact, Conflict, Collaboration. Cambridge University Press, 2003. p. 57-74.
GRUZINSKI, S. & ROUVERET, A. “Histoire et acculturation dans le Mexique colonial et l’Italie méridionale avant la romanisation.”  MEFRA 88, p. 167-219, 1976.
HALES, S.; HODOS, T. (eds). Material Culture and Social Identities in the Ancient World. Cambridge University Press, 2010.
HALL, J. M. Ethnic identity in Greek antiquity. Cambridge University Press, 1997.
HINGLEY, R. Recriando coerência sem se reinventar romanização. SILVA, G. J. (org.) Dossiê Identidades Nacionais, n. 2, out./nov. 2006, pp. 1-15.
HALES, S.; HODOS, T. (eds). Material Culture and Social Identities in the Ancient World. Cambridge University Press, 2010. p. 3-31.
JONES, S. The archaeology of ethnicity. Constructing identities in the past and present. Londres: Routledge, 1997.
Modes de contacts et processus de transformation dans les sociétés anciennes. Actes du Colloque de Cortone (24-30 mai 1981). École Française de Rome, 1983.
RICHTER, G. M. A. Ancient Italy. A study of the interrelations of its peoples as shown in their arts. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1955.
THÉBERT, Y. “Refléxions sur l’utilisation du concept d’étranger: évolution et fonction de l’image du barbare à Athènes à l’époque classique.” Diògene. 112, p. 96-115, 1980.
VASQUES, M. S. “MATTINGLY, David.  Imperialism, power, and identity. Experiencing the Roman Empire. Princeton: Princeton University Press, 2011. 342p.” Revista Porto 1 (2), 2012: 136-149.

 

Simpósio Temático 8

Título: História da Cultura Escrita: representações e práticas de leitura e escrita

Proponentes:
Profa. Dra. Lisiane Sias Manke (Departamento de História/ICH - UFPel)
Profa. Dra. Renata Braz Gonçalves (PPGH /ICHI – FURG)
Profa. Dra. Vania Grim Thies (Licenciatura em Educação do Campo - UFPel)

Resumo:
Este simpósio temático tem como propósito congregar pesquisadores que investigam a cultura escrita, e as diferentes dinâmicas sociais nas quais o tema se desenvolve, a partir do suporte teórico-metodológico da história cultural.  Considerando a leitura e a escrita como uma prática social e cultural e os indivíduos enquanto agentes de múltiplas práticas e maneiras de ler e escrever. O foco de análise dos trabalhos propostos nesse seminário está nesses sujeitos, bem como no uso, produção e circulação dos objetos que caracterizam a cultura do escrito, tais como: diários, cadernos de memórias, cartas, livro de contas, jornais, cadernos escolares, bem como a história do livro (didático ou literário), entre outros. Assim, o simpósio propõe-se a abrigar trabalhos que tratem das práticas e representações de leitura e escrita, incluindo a história e os usos dos materiais impressos e manuscritos em diferentes contextos, escolares e/ou não escolares.

Justificativa
Entende-se que as práticas de leitura são modeladas a partir da relação entre o leitor e o texto, porém essa relação pode ser mediada de inúmeras formas que são estabelecidas a partir do contexto em que ocorrem. Os indivíduos são sensíveis às experiências sociais vivenciadas, que produzem modos múltiplos de ser e sentir (LAHIRE, 2002). Assim, a constituição do leitor está associada aos esquemas de sua experiência. O historiador Roger Chartier (1994; 2000; 2002a; 2002b; 2003; 2004) realiza, em diferentes obras, uma reflexão sobre as práticas de leitura, considerando os modos de ler e problematizando a apropriação que os leitores fazem das leituras que realizam. Estando especialmente vinculado a pesquisas sobre o Antigo Regime francês, não negligencia as práticas contemporâneas, como por exemplo, a leitura e os meios digitais, propondo a compreensão da história da leitura a partir das formas e dos modos de ler. O ato da escrita também se deu em diferentes suportes: escrita na tábua, na tela, no pergaminho, no rolo, no códex (CHARTIER, 2003). Da mesma forma como ocorreram as revoluções na história da leitura (do rolo para o códex, da leitura oral para silenciosa, do códex para tela), a escrita também se relacionou com essas diferentes evoluções, alterando os modos de registrar e até de pensar. Hoje, convivemos com várias formas de texto impresso, em diferentes suportes, e, também, textos eletrônicos. Se antes precisávamos de móveis e objetos adequados para realizar a escrita, hoje podemos realizá-la em qualquer lugar, seja com o microcomputador ou com um pequeno bloco de papel e caneta. Para Chartier (2003, p.33), “essas mutações comandam, inevitavelmente, imperativamente, novas maneiras de ler, novas relações com o escrito, novas técnicas intelectuais”. Como nos diz o autor, as revoluções estão nos suportes que, por consequência, modificam também a transmissão do escrito atingindo novas relações com o leitor/autor. Sendo práticas sociais e culturais, a escrita e leitura acontecem de maneiras distintas nos grupos sociais que ocupam diferentes localizações geográficas, espaços, que vivem ou viveram em diferentes épocas, e essas práticas estão vinculadas a maneiras de pensar e viver desses indivíduos. Dessa forma, investigar as práticas de leitura e escrita, bem como analisar os objetos que produzem ou se apropriam nos permitem conhecer mais sobre o processo vivo e dinâmico da cultura escrita no mundo contemporâneo.

Referências bibliográficas:
ABREU, Márcia & SCHAPOCHNIK, Nelson (orgs.). Cultura letrada no Brasil: objetos e práticas. Campinas, SP: Mercado das Letras, Associação de Leitura do Brasil (ALB); São Paulo, SP: Fapesp, 2005.
BELO, André. História & Livro e Leitura. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
CASTILLO GOMÉZ, Antonio. Historia de la cultura escrita: ideas para el debate. Revista Brasileira de História da Educação – SBHE – Dossiê “O Público e o Privado na Educação Brasileira”.  Editora Autores Associados, jan./jun. 2003. Nº 5.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
DARNTON, Robert. O Beijo de Lamourette: Mídia, Cultura e Revolução. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
__________. História da Leitura. In: BURKE, Peter (Org.). A Escrita da História. São Paulo: UNESP, 1992.
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certezas e inquietude. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2002a.
_______. A aventura do livro do leitor ao navegador. São Paulo: Editora da UNESP, 1999.
_______. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.
_____ _.  A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
_______. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Tradução de Mary Del Priore. Brasília: Editora da UnB, 1994.
_______. Cultura escrita, literatura e história. Porto Alegre: Artmed, 2000.
____ __. Cultura Popular: revisando um conceito historiográfico. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v.8, n. 16, 1995.
________. Do livro à leitura. In: CHARTIER, Roger (Org). Práticas da leitura. 2. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2001. 
________. Formas e Sentido. Cultura Escrita: entre a distinção e a apropriação. Campinas, SP: Mercado de Letras; Associação de Leitura do Brasil (ALB), 2003. –
________. Leituras e leitores da França do antigo Regime. São Paulo: Editora da UNESP, 2004.
_______. Os desafios da escrita. São Paulo: Editora da UNESP, 2002b.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Campainha das Letras, 2006.
HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. 2. ed.  São Paulo: Edusp, 2005.
LAHIRE, Bernard. Homem Plural: os determinantes da ação. Petrópolis: Vozes, 2002.
__________. (coord.). Sociología de la lectura. Barcelona: Gedisa, 2004a.



Simpósio Temático 9

Título: Poder, Economia e Sociedade em um espaço de fronteira:
a fronteira oeste do Brasil e as Tierras Bajas da Bolívia.


Proponentes:
Dra. Ione Aparecida Martins Castilho Pereira (Pós-Doutoranda em História – PUCRS)
Prof. Dr. Domingos Savio da Cunha Garcia (Depto. História UNEMAT)

Resumo:
Este simpósio temático tem como objetivo reunir trabalhos de pesquisadores que discutem a temática da fronteira, neste caso entendido como um espaço determinado, delimitado pelo território da antiga Capitania de Mato Grosso e das missões de Mojos e Chiquitos, respectivamente territórios coloniais americano de Portugal e da Espanha. A especificidade desse espaço de fronteira é dada pela sua localização, no coração da América do Sul, distante do litoral e que desenvolveu um rico processo histórico, com características próprias. Pretende-se ampliar o diálogo entre pesquisadores que trabalham temáticas que se ligam direta ou indiretamente com essa espacialidade de fronteira, em suas diferentes perspectivas historiográficas e em diferentes temporalidades.

Justificativa
A fronteira que se estabeleceu no coração da América do Sul entre os impérios coloniais americanos de Portugal e da Espanha, em sua gênese e em seu processo histórico, constituiu-se em um espaço especifico. É esse espaço de fronteira que definimos como objeto de estudos historiográficos deste simpósio. Elementos importantes relativos ao território, à sua localização geográfica, aos meios de alcançá-lo, à organização política, social e cultural de diferentes grupos indígenas estabelecidos nesse território, bem como relativos à chegada de europeu e sua interação com esses grupos indígenas ao longo do tempo, são temas que identificamos como pouco investigados e pouco discutidos ainda.
O próprio processo de constituição da fronteira política entre os impérios coloniais português e espanhol nessa região ainda possui lacunas historiográficas importantes que demandam novas pesquisas e reflexões que considerem as interações entre essa fronteira que foi construída pelos europeus e as fronteiras dos diferentes grupos étnicos que viviam ou ainda vivem nesse território.
Apesar dos avanços, ainda há poucos estudos sobre as missões jesuíticas do Oriente boliviano, região também conhecida hoje como Tierras Bajas, quando comparados com o expressivo número de trabalhos sobre as missões jesuíticas da Província do Paraguai, mais especificamente Guarani. Comparemos ainda os estudos sobre a Guerra do Paraguai, na qual observamos a pequena presença de trabalhos historiográficos sobre a ocupação do território de Mato Grosso pelos paraguaios, o medo que estes provocavam na população branca daquela província imperial e o receio de que um eventual apoio boliviano pudesse tornar permanente a presença nesse território fronteiriço do inimigo do Brasil na disputa. Há ainda uma evidente ausência de trabalhos historiográficos sobre esse espaço de fronteira no tempo presente, que o Estado brasileiro define como uma “região problema”, ao identificá-lo como um corredor de drogas, de armas, de contrabando, de carros roubados e de tráfico humano, sem considerar os fatores de ordem social, cultural e econômica dos seus moradores.
Essas temáticas, entre outras, que pretendemos discutir neste simpósio, reunindo trabalhos historiográficos sobre esse espaço de fronteira e avançando na constituição de uma rede de pesquisadores interessados no seu estudo.

Referências bibliográficas:
ALMEIDA, Rita Heloisa de. O Diretório dos Índios: Um Projeto de “civilização” no Brasil do século XVIII. Brasília: Editora UNB, 1997.
CHAVES, Otávio Ribeiro. Chaves, Otávio Ribeiro. Política de povoamento e a constituição da fronteira Oeste do império português: a capitania de Mato Grosso na segunda metade do século XVIII. – Curitiba, Universidade Federal do Paraná, 2008 Dissertação (Doutorado em História) 307 f.
GARCIA, Domingos Savio da Cunha Garcia. Os belgas na fronteira Oeste do Brasil. Brasília: FUNAG, 2009.
GARRET, Ana María Lema. El sentido del silencio. La mano de obra chiquitana em el Oriente boliviano a princípios de siglo XX. Santa Cruz de la Sierra: UPIEB, Editorial El País, 2009.
FANAIA, João Edson de Arruda. Elites e práticas políticas na Primeira República em Mato Grosso (1889-1930). Cuiabá: EdUFMT, 2010.
MEIRELES, Denise Maldi. Guardiães da Fronteira: Rio Guaporé, Século XVIII. Petrópolis: Vozes, 1989.
MENDONÇA, Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai: primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de Janeiro: Xerox, 1985.
CASTILHO PEREIRA, Ione Aparecida Martins. Em tudo semelhante, em nada parecido: Uma análise comparativa dos planos urbanos das missões jesuíticas de Mojos Chiquitos, Guarani e Maynas (1607 – 1767). Tese (Doutorado em História). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em História, Porto Alegre, 2014.
PUHL, João Ivo. Territorialidades chiquitanas em comunidades rurais da Província de Velasco, Bolívia: 1956-2006. São Leopoldo - RS, UNISINOS, 2011. Tese (Doutorado em História), 289 f.
SANTOS, Antonio Cesar de Almeida. Aritmética política e a administração do Estado português na segunda metade do século XVIII. In: Doré, Andréa; Santos, Antonio Cesar de Almeida (Orgs.). Temas setecentistas: governos e populações no Império Português. Curitiba: UFPR-SCHLA; Fundação Araucária, 2009.
VILLAR, Diego & COMBÉS, Isabelle (Comps.). Las Tierras Bajas de Bolivia: miradas históricas y antopológicas. Santa Cruz de la Sierra: Universidad d Santa Cruz – Museo de Historia, Editorial El País, 2012.



Simpósio Temático 10

Título: Fronteira: teoria e práticas de pesquisa

Proponentes:
Dra. Mariana Flores da Cunha Thompson Flores (PPGH-UFPel)
Prof. Dr. Arthur Lima de Avila (UFRGS)

Resumo:
O presente simpósio, proposto pelo GT Fronteiras Americanas, tem por objetivo reunir investigadores interessados em debater abordagens e temas diversos da história e historiografia das fronteiras americanas, tendo como foco aspectos teórico-metodológicos e historiográficos. A partir de debates teórico-metodológicos, pretende-se dar conta das interações e confrontos entre diferentes grupos sociais e culturais nos espaços fronteiriços; o choque entre poderes locais e centrais; diferentes experiências e práticas sócio-culturais fronteiriças nas Américas, em períodos diversos; os conflitos entre impérios coloniais e Estados nacionais em formação nestes territórios; a oposição entre identidades regionais e centrais; a construção de representações literárias e culturais sobre fronteira e região; e, por fim, a utilização de variadas fontes para pesquisas sobre o objeto.

Justificativa:
Existe uma grande demanda por espaços para a realização de debates e discussões sobre o tema da Fronteira e suas correlações, tal é o vigor das recentes investigações no que diz respeito à qualidade e volume. Nesse sentido, é necessário aproximar o público acadêmico destas pesquisas na medida em que ainda existem certas naturalizações historiográficas que ignoram os avanços e diálogos das duas últimas décadas, principalmente.

Em termos gerais, a historiografia a respeito de temas fronteiriços vem apontando para um entendimento desse espaço como um lugar que naturalmente promove a integração das comunidades de um lado e outro, sob os mais variados aspectos, mas que, ao mesmo tempo, conta com a presença de uma burocracia específica dos Estados em contato. Esse espaço, portanto, promove relações “transfronteiriças” porque perpassam a fronteira, mas não desconsideram as fronteiras simbólicas referentes às diferentes identidades.

Sendo assim, o presente Simpósio Temático se justifica pela necessidade de reunir e debater pesquisas a fim de aprimorar as discussões sobre o entendimento desses espaços de fronteira, focando em questões teóricas, conceituais e práticas referentes às fronteiras americanas.

Referências bibliográficas:
ANZALDUA, Gloria. Borderlands/La Frontera. San Francisco: Aunt Lute, 1987.
AVILA, Arthur Lima de.  E da fronteira veio um pioneiro: a frontier thesis de Frederick Jackson Turner (1861-1932). Porto Alegre: PPGHIST/ UFRGS, 2006. Dissertação de Mestrado.
AVILA, Arthur Lima de. Território Contestado: a reescrita da história do Oeste norte-americano (c.1985-c.1995). Porto Alegre: PPGHIST/UFRGS, 2010. Tese de doutorado.
BANDIERI, Susana (coord.) Cruzando la Cordillera… La frontera argentino chilena como espacio social. Argentina: Centro de Estudios de Historia Regional – CEHIR. Universidad Nacional del Comahue, 2005.
BARRIERA, Darío. (comp.). Justicias y Fronteras. Estudios sobre historia de la justicia en el Río de la Plata. Siglos XVI-XIX. Murcia: Universidad de Murcia, Servicio de Publicaciones. Red Columnaria, 2009.
CHASTEEN, John Charles. Fronteira Rebelde. Porto Alegre: Editora Movimento, 2003.
DE LA FUENTE, Ariel. Los Hijos de Facundo: caudillos y montoneras en la Provincia de La Rioja durante el proceso de formación del estado nacional argentino (1853-1870). Buenos Aires: Prometeo Libro, 2007.
FARAGHER, John Mack & HINE, Robert V. Frontiers: a short history of the American West. New Haven: Yale University Press, 2008.
FARINATTI, Luís Augusto E. CONFINS MERIDIONAIS: famílias de elite e sociedade agrária na Fronteira Sul do Brasil. (1825-1865). Rio de Janeiro: PPGHIS-UFRJ, 2007. Tese de Doutorado.
GIL, Tiago Luís. Infiéis Transgressores: os contrabandistas da fronteira (1760 – 1810). IFCS /UFRJ, 2002. Dissertação de Mestrado.
GRIMSON, Alejandro. La Nación en sus límites – contrabandistas y exilados en la frontera Argentina - Brasil.Editorial Gedisa. Barcelona, 2003.
GUAZZELLI, Cesar Augusto Barcellos. O Horizonte da Província: a República Rio-Grandense e os Caudilhos do Rio da Prata (1835-1845). Rio de Janeiro: UFRJ, 1998. Tese de Doutorado.
JACOBY, Karl. Shadows at Dawn: a borderlands massacre and the violence of history. New York: Penguin Press, 2009.
LIMERICK, Patricia Nelson. The Legacy of Conquest: the unbroken history of the American West. New York: W. W. Norton, 1987.
MAGNAGHI, Russell. Herbert Bolton and the Historiography of the Americas. Westport: Greenwood Press, 1998.
MARTINS, Rui Cunha. O Método da Fronteira. Radiografia Histórica de um Dispositivo Contemporâneo (Matrizes Ibéricas e Americanas). Coimbra: Edições Almedina, 2008.
PETIZ, Silmei de Sant’Ana. Buscando a liberdade: as fugas de escravos da província de São Pedro para o além-fronteira (1815-1851). Passo Fundo: Editora da UPF, 2006.
SERRA PADRÓS, Enrique. Fronteiras e Integração Fronteiriça: elementos para uma abordagem conceitual. Humanas – Revista do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Porto Alegre, v.17, n.1/2, jan./dez., 1994, p.63-85.
THOMPSON FLORES, Mariana F. da C. Crimes de fronteira: a criminalidade na fronteira meridional do Brasil. (1845-1889). Porto Alegre: PPGH/ PUCRS, 2012. Tese de Doutorado
TURNER, Frederick Jackson. O Significado da Fronteira na História Americana. In: KNAUSS, Paulo (org.). O Oeste Americano: quatro ensaios de história dos Estados Unidos da América. Niterói: EdUFF, 2004.
VELLINHO, Moysés. Fronteira. Porto Alegre: EdUFRGS, 1975.
VOLKMER, Márcia S. “ONDE COMEÇA OU TERMINA O TERRITÓRIO PÁTRIO.” Os estrategistas da fronteira: empresários uruguaios, política e a indústria do charque no extremo oeste do Rio Grande do Sul (Quarai, 1893-1928). São Leopoldo: UNISINOS, 2007. Dissertação de Mestrado.
YOUNGER, Joseph. Corredores de Comércio e salas de justiça: lei, coerção e lealdade nas fronteiras do Rio da Prata. In: Revista Aedos. Vol.1. No.1. 2008.
WHITE, Richard. The Middle Ground: Indians, Empires, and Republics in the Great Lakes region, 1650-1815. New York: Cambridge University Press, 1991
ZIENTARA, Benedikt. Fronteira. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Porto: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1989, vol. 14, p.306-317.


Simpósio Temático 11

Título: Imagens: entre fronteiras e identidades

Proponentes:
Profª Drª Carolina Martins Etcheverry (UFPel)
Profª Drª Patrícia Camera (UEPG)

Resumo:
Este simpósio temático tem como proposta adensar os debates em torno da questão da imagem nas pesquisas históricas, a partir do ponto de vista das fronteiras e das identidades. As imagens visuais, sejam elas estáticas (fotografias, pinturas, gravuras, etc) ou em movimento (filmes, documentários, seriados, programas de televisão, etc) são, em muitos casos, além de fontes para o estudo histórico, elas mesmas objetos de estudo, por proporcionarem reflexões críticas sobre fatos e acontecimentos que a escrita não consegue alcançar. São bem-vindas apresentações de trabalhos cujos temas voltam-se para o potencial das imagens como agenciadoras de debates em torno de questões relativas a fronteiras (não apenas físicas, mas também fictícias, entre disciplinas, entre membros de uma mesma sociedade, etc) bem como problemas envolvendo identidades (de gêneros, de grupos sociais, coletivas, culturais, visuais, etc). Questões de metodologia de pesquisa e de acervos visuais, voltados para pesquisas na temática proposta, também são esperados para esse simpósio.

Justificativa:
Este simpósio temático justifica-se na medida em que, ao incluir o estudo das imagens no rol de pesquisas passíveis de abranger a temática proposta pelo evento, inclui um número ainda em crescimento de pesquisadores de diversas áreas que se voltam para as imagens não apenas como fontes para suas pesquisas, mas como objetos de estudo em si. A força da imagem, por sua natureza polissêmica, permite diversas interações entre o pesquisador e o objeto de estudo, proporcionando informações valiosas para a realização de diversos tipos de pesquisa, quando utilizadas metodologias científicas adequadas.


Simpósio Temático 12

Título: Literatura e experiência histórica

Proponente:
Prof. Dr. Aulus Mandagará Martins (PPG Letras do Centro de Letras e Comunicação - UFPel)

Resumo:
O Simpósio pretende aproximar pesquisas que tratam do papel da literatura na reconfiguração da experiência histórica. Nessa perspectiva, serão bem-vindas reflexões que abordam questões tais como: aportes teóricos da experiência; estudo e análise das condições teóricas, políticas e críticas de textos literários que representam, sob as mais variadas modalidades e perspectivas, os processos históricos de violência, tais como genocídios, massacres, chacinas, conflitos bélicos, traumas, amparados, de forma direta ou indireta, pelo aparato do Estado autoritário e repressor, de instituições disciplinares e fenômenos da violência social pós-ditadura; a relevância do testemunho em escritas da violência e memórias do trauma; a violência em narrativas ficcionais da ditadura e pós-ditadura; memórias de guerrilheiros e experiências de conflito bélico; narrativas de experiências coloniais e pós-coloniais; narrativas de confinamento; textos literários que reconfiguram episódios de experiências relativas ao processo histórico, bem como reconfigurações do tempo presente.

Justificativa:
Considerando a tradição teórica que investiga as articulações da literatura e da história – tais como Romance Histórico (Lukács, 2011), Novo Romance Histórico (Menton, 1993), Metaficção Historiográfica (Hutcheon, 1991), entrecruzamento da literatura e da história e representância (Ricoeur, 2010), testemunho (Beverley et al.) – interessa refletir sobre a relevância da experiência em textos literários, mais particularmente, as modalidades discursivas, bem como suas condições políticas, ideológicas e críticas, que dão conta da experiência histórica, entendida, em sentido amplo, como a capacidade humana de dar forma e sentido à experiência vivida. Pensando nos termos propostos por Paul Ricoeur, os textos literários constituem-se em “variações imaginativas” do passado, ou seja, reconfiguram o tempo histórico, de modo a explorar aspectos da experiência vivida de forma distinta, mas próxima, da narrativa historiográfica. É nessa condição de “quase história” (Ricoeur, 2010) que os textos literários reconfiguram a experiência histórica, propiciando, por meio da leitura, uma mediação entre o mundo fictício do texto e o mundo efetivo do leitor (Reis, 2010, p.81). Neste sentido, a presente pesquisa insere-se no atual debate acerca do problema epistemológico da escrita da história e da ficção que se estabelece a partir da “política das semelhanças” (Mignolo, 1993) e que encontra em White (1994) e LaCapra (2000) seus principais teóricos. Por essa perspectiva, o diálogo entre a escrita da história e a escrita da ficção revela-se produtivo na percepção do entrecruzamento desses dois campos discursivos, de forma que história e ficção possam ser consideradas complementares na narração da experiência humana.

Referências bibliográficas:
AGAMBEN, Giorgio. Infância e história; destruição da experiência e origem da história. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
GAGNEBIN, Jeanne-Marie. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: 34, 2006.
GINZBURG, J. Crítica em tempos de violência. São Paulo: Edusp, 2012.
HUTCHEON, Linda. Poética do pós-moderno. Trad. Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991.
JAMESON, Fredric. O romance histórico ainda é possível? Novos Estudos. São Paulo, n.77, 2007 (185-203).
LACAPRA, Dominick. Writing history, writing trauma. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2000.
LIMA, Luiz Costa. História, ficção, literatura. São Paulo: Cia. das Letras, 2006.
LUKACS, Gyorgy. O romance histórico. Trad. Arlenice Almeida da Silva. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
MIGNOLO, Walter. Lógica das diferenças e política das semelhanças. In: CHIAPPINI, L.; AGUIAR, F.W. (orgs). Literatura e história na américa latina. São Paulo: Edusp/Centro Ángel Rama, 1993 [pp.115-135].
MOREIRAS, Alberto.  A exaustão da diferença. Trad. Eliana Lourenço de Lima Reis; Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.
PESAVENTO, Sandra. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
RICOEUR, Paul. O testemunho. A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alain François et al. Campinas, SP: UNICAMP, 2007.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2010 (v.3).
SARLO, Beatriz. Tempo passado. Cultura da memória e guinada subjetiva. Trad. Rosa Freire d'Aguiar. São Paulo; Belo Horizonte: Companhia das Letras/Ed. UFMG, 2007.
SCHOLLHAMMER, K. E. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
SELIGMANN-SILVA, Márcio (Org.) História, memória, literatura: o Testemunho na Era das Catástrofes. Campinas, SP: Unicamp, 2003.
WHITE, Hayden. Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. São Paulo: EDUSP, 1994.


Simpósio Temático 13 - Novos Pesquisadores

Coordenação: PPGH/UFPel

Este Simpósio Temático pretende oferecer aos jovens pesquisadores, que ainda se encontram na graduação, espaço para apresentarem e debaterem suas pesquisas. Se você é aluno de graduação e gostaria de apresentar sua pesquisa nesse evento, inscreva-se nesse simpósio!

As normas para inscrição dos trabalhos no Simpósio Temático de Novos Pesquisadores correspondem às mesmas aplicadas às inscrições nos demais Simpósios Temáticos.


ir para o topo da página

 
visite o site da UFPel
visite o Núcleo de Documentação Históricavisite o site do PPGH
fapergs