Dra. Beatriz Ana Loner - UFSM
Dra. Gláucia Konrad - UFSM

Resumo: Este simpósio pretende congregar pesquisas sobre trabalho em perspectiva histórica, ou seja, referentes ao trabalho e trabalhadores, seja como  patrões, senhores, empregados, escravos, operários e artesãos, ou até mesmo empresários, ao longo dos últimos cinco séculos, tendo por base o seu vínculo com o trabalho, ou que envolvam manifestações culturais, políticas ou sociais originadas da inserção na esfera produtiva de alguma forma.
Assim, o simpósio está aberto a estudos sobre mobilizações e lutas coletivas, projetos individuais de vida, estudo de trabalhadores segundo o gênero ou etnia, formas de relacionamento e resistência do trabalhador, biografias, lazer, recreação e manifestações culturais variadas. Ainda estão incluídos estudos sobre instituições e organizações,  como sindicatos, centrais sindicais, clubes, associações empresariais ou operárias, partidos e correntes políticas cujo apelo seja dirigido especificamente aos trabalhadores.
Por outro lado, as mais modernas pesquisas sobre o trabalho, tem-se dedicado a avaliar de forma integrada tanto o trabalhador livre quanto o escravo,  e, dessa forma, serão bem vindas todo o tipo de pesquisas que tratem da transição de uma forma de trabalho a outro, ou dos limites da liberdade do agente do trabalho em cada período histórico.

JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS: 
Este simpósio pretende agregar pesquisadores que lidem com a problemática do trabalho, em suas mais variadas formas e épocas históricas.  Pretende-se discutir o mundo de trabalho  e seus agentes, em suas variações, estatutos diferenciados e, consequentemente, formas de viver e atuar  singulares.
Um tema como este centra-se , de um lado, nas diferentes formas de produção, que por sua vez, leva a diferenciações em relação ao trabalhador e seu status jurídico e social. De outro lado, tem como alvo, seu agente, o trabalhador, pois ele é que incorpora ao labor e a forma como ele é realizado em cada momento,  traços diferenciados  de acordo com suas características pessoais ou de grupo,  étnicas ou nacionais, de  cultura ou  de gênero. Assim, o trabalho do imigrante, do escravo, do trabalhador assalariado ou do pequeno produtor rural deve ser observado em seus principais elementos e características e também em sua historicidade ao longo do tempo e a discussão destas formas e especificidades é o objetivo principal deste simpósio.
Na sociedade brasileira até recentemente, o trabalho era um poderoso instrumento condicionador de identidades e de lugares na esfera social. Mesmo hoje em dia ele sofrendo a concorrência de outros fatores ou signos de identidade, continua sendo um referencial muito importante para a vida de todos, e de cada um em particular.
Assim, pretende-se também  discutir a variada gama de identidades, seja individuais ou coletivas que tem sua origem na condição de trabalho e nas formas que este assumiu ao longo das sociedades históricas.
A vida do trabalhador e de sua família, formas de lazer, cultura e recreação, são também elementos importantes a compor sua identidade e seu sentido de coletividade, sem contar que formam as bases das redes de sociabilidade que cada grupo, familiar, étnico ou profissional termina construindo ao longo do seu viver e a presença de trabalhos que tratem destes temas paralelos será de muita importância para o desenvolvimento do estudo sobre os diversos perfis do trabalhador e componentes de uma  cultura, dita  operária ou popular.

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