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  Lugares e representações no tempo presente.
   
 

Me. Maicon Mariano (UFSC)
Me. Mauro Cezar Vaz de Camargo (SEED-SC)

Resumo: Este simpósio pretende oferecer um espaço de diálogo, como também, o compartilhamento de experiências e saberes para pesquisadores voltados a questões estabelecidas em torno dos espaços e lugares na relação e com o tempo presente. Ao largo do Século XX e primeiro decênio do Século XXI, as sociedades vêm se relacionando com acontecimentos desencadeados pela aceleração do tempo, Nesta perspectiva o presente não corresponde ao arquétipo de um período diminuto entre passado e futuro. Manifestações em torno das fronteiras – naturais e sociais – e das reivindicações das identidades passam por mudanças e recebendo uma carga de elementos do passado, construindo então uma série de representações, em um processo intenso de substituição e inclusão de novos signos e emblemas, sobretudo na construção de amarras para a memória social. Desta forma, aqui interessam comunicações fundadas em diferentes fontes como narrativas orais e visuais, jornalísticas ou demais matizes documentais, ambientadas entre representações e identidades na relação com a história do tempo presente.

JUSTIFICATIVA: Diante do significativo processo de mudanças decorrentes da 2ª Grande Guerra (1939 – 1945), a humanidade deparou-se com fracasso de ideologias dominantes, e junto a isso o anuncio de uma crise para com o apoteótico futuro progressista, provocando rupturas no modo de perceber teologicamente o tempo e espaço. Destarte, desde a segunda metade do século XX, encontram-se construídos outros sentidos para o presente, ocorrendo o que, para alguns teóricos, é chamado de “hipertrofia do presente”, que traz na sua dimensão pontos de convergências entre o passado que não nos predispomos a abandonar e um futuro no qual evitamos encontrar. Já nas últimas décadas do Século XX, pode ser observados em países como Alemanha e França o aparecimentos de institutos de pesquisas, como Istitut d'Histoire du Temps Présent (IHTP), que vieram a valorizar a história das representações e imaginário social, oferecendo aportes para compreensão dos usos políticos do passado pelo presente promovendo uma reavaliação das relações entre história e memória. Embora o termo historia do tempo presente não constitua unanimidade, havendo a ocorrência de outros termos como história imediata, o interesse pela pesquisa do que se considera o inacabado de um processo em constante movimento constitui o que podemos entender sobre Historia do Tempo Presente. Dentre os processos desencadeados por tal diferença na forma como se relacionar com o tempo, podemos identificar conflitos voltados para afirmações de identificações ocorrendo em diferentes “escalas geográficas”. Compreendendo então a construção e a relativa mobilidade das fronteiras, nacionais ou regionais, como lutas simbólicas, discursos performáticos pautados na afirmação de “régio” (reinos) e fines (limites), que ocorrem por encontrar agentes que instituem tais valores de “dentro” e “fora”. Estes embates, por uma comunidade imaginaria buscam base em construções sobre memórias de um passado, mítico, tradições inventadas, que se tornam justificativa para ações do presente. Tais construções e desconstruções de narrativas e seus diferentes escalonamentos espaciais revelam questões para pensarmos como a maneira que o tempo está para o espaço e o lugar para a memória, indagando as representações construídas para os sujeitos coletivos que praticam seus espaços e lugares.

BIBLIOGRAFIA
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CRONOGRAMA

27/03 a 14/05: inscrições de propostas de simpósios temáticos

21/05: divulgação das propostas de simpósios temáticos aprovadas

Cronograma completo