Os organismos geneticamente modificados, de forma geral podem ter uma utilização muito ampla pelo homem, podendo ser utilizados tanto na agricultura, como na medicina e na farmacêutica.
Na Agricultura
É a utilização mais divulgada e talvez, a mais polêmica, pois envolve a produção de alimentos oriundos de plantas transgênicas. Alguns exemplos são:
- plantas resistentes a doenças, a insetos, tolerantes a herbicidas;
- plantas com maior valor nutricional, contendo maiores quantidades de pró-vitaminas, pigmentos antioxidantes, amido, gordura e aminoácidos essenciais;
- espécies forrageiras que proporcionam rações animais de melhor valor nutricional;
- frutas e legumes com maior conservação
e qualidade nutricional;
- alimentos vacina, contendo substâncias que conferem
imunidade a doenças;
- produtos alimentícios derivados de culturas geneticamente modificadas, como óleo de soja e de canola.
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Na medicina e na farmacêutica
É importante salientar que as plantas transgênicas não são o único tipo de OGM, e que muitos deles já estão sendo produzidos ou testados para uso humano ou animal, como proteínas humanas e vacinas. Alguns exemplos são:
- insulina recombinante: produzida por bactérias transgênicas, atualmente representa 75% da insulina produzida no mundo. Ela substitui a extraída de suínos, e não apresenta problemas de rejeição pelo organismo;
- fator VIII de coagulação sangüínea: produzido também com as ferramentas biotecnológicas, já beneficia milhões de hemofílicos, no mundo inteiro;
- vacinas (em desenvolvimento):
vacinas contra doenças infecciosas como dengue, tuberculose, diarréias
e AIDS estão sendo desenvolvidas, através da Engenharia Genética.
Tipos de transgênicos
Primeira geração – Características agronômicas
São aqueles que já existem no mercado mundial, obtidos com o objetivo de melhorar características agronômicas como a resistência a insetos e doenças e a tolerância a herbicidas. Estes produtos, na maioria dos casos trazem muitos benfícios ao produtor, como por exemplo:
- aumento de produtividade;
- diminuição de custos de produção, por meio da redução do uso de defensivos agrícolas e combustível;
- melhoria da qualidade do produto final, com menores índices de fungos e micotoxinas;
Segunda geração – Qualidade alimentar
São aqueles que já estão sendo pesquisados e incluem os alimentos com maior qualidade (maior teor de nutrientes por exemplo) e que trazem benefícios também ao consumidor, tais como:
- alimentos com maior teor de proteínas e minerais (como o ferro);
- óleos com teores mais elevados de ácidos graxos do tipo ômega 3 (mais saudáveis).
Terceira geração
– Produtos especiais
Ainda em fase de desenvolvimento, são os produtos de utilização farmacêutica (vacinas, hormônios, proteínas humanas, biorretores) e industrial (plásticos biodegradáveis e lubrificantes).
Alguns exemplos de plantas geneticamente modificadas
- Tomate longa vida Flavr Savr, produzido
pela companhia norte-americana Calgene, com o objetivo de obter frutos com maior
conservação. Este tomate transgênico foi o primeiro produto
liberado comercialmente para consumo nos Estados Unidos, em 1994.
- Tomate com maior teor de licopeno, pigmento que dá a cor avermelhada ao fruto, é uma substancia antioxidante, que atua no organismo contra vários tipos câncer.
- Arroz dourado, contendo alta concentração de
pró-vitamina A.
Esta proeza, realizada por pesquisadores da Suíça
e Alemanha, foi possível pela introdução de três
genes envolvidos na síntese de beta-caroteno (pigmento vegetal), encontrados
em uma flor (o narciso-dos-prados), em plantas de arroz.
Os cientistas acreditam que esta é uma excelente alternativa para suprir as necessidades desta vitamina, principalmente em povos com carência nutricional, e que se alimentam basicamente deste cereal.
Revista TIME: Este arroz poderia salvar um milhão de crianças por ano |
- Arroz contendo maior concentração
de ferro nos grãos, para uso na alimentação humana
e animal.
- Soja Roundup Ready (RR) da Monsanto, resistente ao herbicida glifosato. Esta soja traz benefícios ao produtor, pois reduz a aplicação de herbicidas e mão-de-obra, elimina as plantas competidoras, resultando num aumento de produtividade.
- Milho e algodão Bt , resistentes a insetos (certo tipo de lagarta). Estas plantas contém um gene proveniente da bactéria Bacillus thuringiensis, muito comum na natureza, e há muitas décadas usada como inseticida natural, principalmente na agricultura orgânica. Os principais benefícios ao agricultor são a redução do uso de inseticidas, o aumento da produtividade e a qualidade do produto final.
Quanto aos produtos que estão sendo pesquisados
e desenvolvidos no Brasil, ainda em caráter experimental, tem-se:
- milho com maior teor de metionina no grão (EMBRAPA);
- melão com maior potencial de conservação (UFPEL);
- feijão resistente ao vírus do mosaico dourado (EMBRAPA/CENARGEN);
- laranja resistente ao cancro cítrico (IAPAR);
- batata
resistente ao vírus do mosaico PVY (EMBRAPA Hortaliças, CENARGEN
e UFPEL);
- soja
brasileira resistente ao herbicida glifosato (Roundup) (EMBRAPA Trigo);
- mamão resistente ao vírus da mancha anelar
(EMBRAPA/CENARGEN), o qual foi recentemente liberado pelo Ministério
do meio Ambiente para avaliação a campo.