Sobre o evento

Design Editorial: técnicas, estéticas, memória e perspectivas futuras configura a terceira edição do Seminário Internacional Design, Tradição e Sociedade - SIDTS, evento multidisciplinar promovido pela equipe do projeto de pesquisa Memória Gráfica de Pelotas: um século de design, protocolado na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, UFPel.

O evento será realizado na Bibliotheca Pública Pelotense, localizada na Praça Cel. Pedro Osório, 103, dos dias 3 a 5 de Junho de 2014.

O que é o sidts?


Nessa edição de 2014, complementando as experiências anteriores, I Seminário Internacional Design, Tradição e Sociedade: métodos para uma história do design gráfico Brasileiro (2011) e II Seminário Internacional Design, Tradição e Sociedade: da Parte para o Todo (2012), o evento faz-se instrumento para ações de identificação, classificação e análise do Design Editorial produzido em determinados contextos de âmbito sócio/técnico e cultural.

Como fomento à reflexão acerca da permanência desses documentos, artefatos de perfil histórico, tal iniciativa tem como premissa compreender as respectivas alterações técnicas/tecnológicas norteadas pela sociedade, da página impressa ao hipertexto, apresentando-se dessa maneira como estratégia de qualificação à pesquisa e à formação de público para esses bens patrimoniais.

Fonte de informações acerca das práticas “gráficas”, a proposta compreende esses artefatos como registro de modelos de produção, autoria e estilos estéticos desenvolvidos na América Latina, bem como indícios de origens e/ou respectivas influências.

Constituído por pesquisadores nacionais e internacionais, essa terceira edição do SIDTS contará com a participação da Profa. Sandra Szir (Argentina), Profa. Letícia Pedruzzi (UFES), teleconferência com o Prof. Hans da Nóbrega Waechter (UFPE), bem como com a presença de painelistas pesquisadores locais, tais como a Profa. Maria Letícia Mazzuchi Ferreira (UFPel), entre outros.

A produção gráfica editorial, a partir de suas manifestações estilísticas, diretamente relacionadas às suas técnicas empregadas, representam uma parcela importante no desenvolvimento social, como patrimônio e memória desta.

Investigações acerca do impacto da comunicação visual na sociedade tem sido tema recorrente em pesquisas, principalmente no que diz respeito aquelas dedicadas a mapear a história da técnica de produção ou reconhecer as orientações estilísticas que, não rara as vezes, foram advindas das referências da Europa e/ou dos Estados Unidos da América.

Relevante também se registra os interesses acerca da retórica dos meios de escrita e seus respectivos processos de leitura. A partir desse binômio, indicam-se potencialmente algumas possibilidades de identificar identidades e culturas: a exemplo dos clichês utilizados nos Almanachs de Pelotas, ou dos anúncios ilustrados encontrados no mesmo periódico, bem como os resultados parciais dos estudos acerca do jornal local Diário Popular – impressos que circularam na cidade de Pelotas. Como substrato significativo à sociedade que se escreve e que se lê, as edições do periódico Dário Popular, desde sua origem (27 de agosto de 1890), ilustram uma parcela representativa do cenário gráfico local. Ferramentas e técnicas são possíveis de serem identificadas nos seus exemplares, assim como o pensamento gráfico gerado no âmbito cultural/econômico também pode ser analisado pelos tipos e composições, associados ao contexto dos ateliers e tipografias.

Considerando a velocidade das transcrições do analógico para o digital, considerando ainda as tecnologias do hipertexto, a sociedade da informação e o futuro da memória eletrônica, registra-se a reflexão indispensável para a compreensão não só do destino desses artefatos, que cada vez mais carecem de critérios para sua duplicação e acesso, mas também dos seus desdobramentos relacionados aos processos de criação, atualização, acesso, distribuição, colaboratividade, autoria e agenciamento.

Nesse sentido, "Design Editorial: técnicas, estéticas, memória e perspectivas futuras" nasce do interesse de compreender essas orientações e justifica-se por delimitar seu campo junto às iniciativas do projeto Memória Gráfica Brasileira.

Instituições parceiras


A Bibliotheca Pública Pelotense, em convênio firmado com a UFPEL, é colaboradora no projeto. Com acervo de periódicos que datam desde final do séc. 19, a instituição guarda representativos documentos que registram a cidade de Pelotas nos mais diversos substratos e especialidades.

Programação


Terça, dia 3/06

Manhã Recepção e Credenciamento

14h Jornalismo Comunitário: elemento de Cidadania, Identidade e Memória
Jerusa de Oliveira Michel e Margareth de Oliveira Michel - UFPel

14h30 Diário Popular: fonte e objeto de pesquisa
Ana da Rosa Bandeira, Gabriela Silveira, Helena de Araújo Neves e Jordan Ávila Martins

15h Intervalo

15h30 O projeto gráfico do jornal impresso e suas articulações em termos de produção e circulação de informação: um estudo a partir do Diário Popular de Pelotas-RS
Profa. Me. Ana da Rosa Bandeira

16h O design editorial da cultura: um estudo do projeto gráfico do Segundo Caderno do jornal Zero Hora
Patrícia Damasceno

19h Formando opiniões: reflexoes sobre a memória pública
Maria Leticia Mazzucchi Ferreira - UFPel
"Nessa intervenção me detenho no conceito de memória coletiva, metamemória e memória pública para discutir o papel dos formadores de opinião como textos jornalísticos. A partir da idéia de 'sociotransmissores', do antropólogo francês Joel Candau, analiso o texto como uma densa ferramenta para a formação e compartilhamento memorial."


19h45 Uma abordagem das revistas do início do século passado do Recife
Hans da Nóbrega Waechter - UFPE

19h45 Histográfica Pelotense - Editorial
Memória Gráfica de Pelotas, um século de design


Quarta, dia 4/06

Manhã Visita ao Acervo/Oficinas na Bibliotheca Pública

14h Histográfica Pelotense - Fragmentos
Memória Gráfica de Pelotas, um século de design

15h Intervalo

15h30 Máquinas da Memória
Prof. Dr. João Fernando Igansi Nunes - UFPel

16h A preservação da memória através do livro digital: entre a esperança e o medo
Profa. Me. Thais Cristina Martino Sehn - UFPel

19h O design como informação: o caso do Diário Popular
Pablo Rodrigues - Diário Popular

19h45 Memória Gráfica Capixaba
Letícia Pedruzzi - UFES


Quinta, dia 5/06

Manhã Visita ao Acervo/Oficinas na Bibliotheca Pública

14h Repercussões Gráficas: Estudo das manifestações gráficas da passagem do Graf Zeppelin pelo Brasil
Nadia Leschko - PUC Rio

14h30 Parque Souza Soares - Pelotas e suas publicações editoriais (1900-1924)
Profa. Me. Paula Garcia Lima

15h Intervalo

15h30 Os Almanachs de Pelotas e seus anúncios: reflexões sobre as mulheres do século XX
Paula Garcia Lima, Caroline Farias Ferreira e Saarah Londero Gottinari - UFPel

16h Mesa Redonda: Memória Gráfica de Pelotas; um século de design

19h Teoría e Historiografía de las artes y la cultura visual
Dra. Sandra Szir - Argentina
A palestra abordará, através da apresentação de alguns casos de jornais ilustrados publicados em Buenos Aires durante o século XIX, uma análise dos aspectos materiais dos objetos impressos assim como suas modalidades visuais dentro do contexto teórico da história cultural. Durante o século XIX, diversos fatores sociais, culturais, econômicos e tecnológicos propiciaram o surgimento dos jornais ilustrados como forma de comunicação e suporte para a difusão de imagens, convertendo-se em um objeto cultural significativo da cultura visual do período. A relação estabelecida entre os textos e as imagens, propiciada pelos diferentes textos apresentados, mostraram uma inovação, marcando o despertar do fotojornalismo, que propôs, por volta do fim do século , o primeiro jornal popular de caráter massivo “Caras e Caretas”.


19h45 Lançamento do livro: Memória, Patrimônio & Tradição
Organizadoras: Maria Letícia Mazzucchi Ferreira e Francisca Ferreira Michelon


Inscrição

R$ 10: Pagamento antecipado até 2 de Junho na Camara de Extensão (Alberto Rosa 62, Centro de Artes, das 9h às 17h, de segunda a sexta)

R$ 15: Pagamento no local nos dias do evento (Bibliotheca Pública Pelotense, Praça Cel. Pedro Osório, 103)