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Lendas do Sul
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A lenda referente aos enterros (dinheiros, jóias, baixelas enterradas) tem sua origem na crença das almas do outro mundo -
os espíritos. "A alma de quem morreu, sem deixar notícias do dinheiro que tinha escondido ou guardado em tal e tal lugar,
anda penando. As luzes azuladas que se observam de noite nos campos e em redor de povoações, que volteiam e afinal
se desvanecem, não são senão almas penadas.
Só quando um cristão descobrir o enterro é que hão de cessar de aparecer e de penar.
Se o enterro está dentro da habitação, ouve-se ruídos, pancadas, gemidos... são as casas mal-assombradas.
A lenda da Lgoa Brava é apenas uma variante da dos Cerros Bravos e tem a sua contextura na da Uiara. A da Lagoa do Iberá,
bem como as dos salamanqueiros, dos nhandu-tatá e outras, são mais do acervo rio-platense-andino.
Há ainda, de formação local, muitas histórias ingenuíssimas e curiosas, tais como a do dorme-dorme (ave vespertina); porque
a pomba não sabe fazer seu ninho; porque a capivara é rabona (sem cauda); a do anu, ladrão do ninho alheio; a do
joão-barreiro, e outras muitas, para adormecer crianças...
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