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Lendas do Sul
O negrinho do pastoreio
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Correu no vizindário a nova do fadário e da triste morte do Negrinho, devorado na panela do
formigueiro.
Porém logo, de. perto e de longe, de todos os rumos do vento, começaram a vir notícias de um
caso que parecia um milagre novo...
E era, que os posteiros e os andantes, os que dormiam sob as palhas dos ranchos e os que
dormiam na cama das macegas, os chasques que cortavam por atalhos e os tropeiros que vinham
pelas estradas, mascates e carreteiros, todos davam notícia — da mesma hora — de ter visto
passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, gineteando
de em pêlo, em um cavalo baio!…
Então, muitos acenderam velas e rezaram o Pai-nosso pela alma do judiado. Daí por diante,
quando qualquer cristão perdia uma cousa, o que fosse, pela noite velha o Negrinho campeava e
achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar
da sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o remiu e salvou e deu-lhe uma tropilha, que ele
conduz e pastoreia, sem ninguém ver.
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