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Cancioneiro guasca
Diversas
A um general nortista, que na campanha do Paraguai, com ar de menosprezo, costumava chamar - guascas - aos
soldados rio-grandenses, fez alguém o seguinte soneto que apareceu pregado na barraca do falador:
É de guascas trançado o forte laço
Que altivo touro subjuga e rende;
É de guascas a soga em que se prende
As bolas, que ao cavalo tolhe o passo.
Certa gente, porém, acha embaraço
Nestas coisas que vê e não entende;
E quem à sua custa não aprende,
É inerte, é sem préstimo, é madraço.
Não sucede outro tanto a heróis prestante
Que tudo quer saber praticamente,
Para de tudo dar razão bastante.
Saiba pois - é de guascas o rebenque
Com que os filhos lá do Continente
Ensinam àquele que é tratante!
Sou valente e corajoso,
Não temo e nem fujo;
Com a nota de covarde
Não quero ficar sujo!
UM BILHETE E RESPOSTA
Compadre e amigo Severo:
amanhã se Deus quiser,
a fim de meu povo ver
a ir té a vila, quero;
não tenho de meu os meios;
- e, deixando de rodeios,
ou estilo que não quadre,
venho pedir-te, compadre,
me emprestes os teus arreios.
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Compadre e amigo Mota:
recebi o teu escrito
na ocasião em que, aflito,
bruxuleava uma sota...
E procurando na idéia
os trastes que possuía,
vejo todos sem valia;
mas chincha, lombilho, xergão
tens tudo à disposição!
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