Balas de estalo

J. Simões Lopes Neto iniciou as suas atividades literárias no jornal “A Pátria”, de propriedade de seu tio Ismael Simões Lopes, que circulou na cidade de Pelotas no último quartel do século XIX, como jornalista amador.
       Neste início usou o triolé, recurso poético em voga naquela época, sob o título de “Balas de Estalo”.
       Nestas primeiras manifestações literárias – “ele utilizou essa arma (o verso) com maestria” – no dizer do Prof. Mozart Pereira(1), não obstante o seu caráter eminentemente localista.
       Quando J. Simões Lopes Neto iniciou as suas atividades jornalísticas era muito moço, pois contava com a idade de 23 anos, tendo nascido em berço heráldico, na Estância da Graça, de propriedade de seu avô, o Visconde da Graça e, além disso, contava com a proverbial inteligência dos Simões Lopes.
       Talvez por esses atributos que exornavam a sua pessoa, como uma conseqüência lógica própria da mocidade, no dizer do seu biógrafo Carlos Reverbel – “... ele escrevia como quem se diverte, glossando, quase sempre de forma humorística, os acontecimentos do dia-a-dia e não raro, bulindo, de modo irreverente, com as pessoas neles envolvidos”(2).
       Damos a classificação de primeira fase de “Balas de Estalo”, o período em que J. Simões Lopes Neto, em cada uma de suas produções, usou um pseudônimo diferente.
       A primeira fase de “Balas de Estalo” é constituída de uma série de 20 publicações esporádicas, a partir do dia 2 de julho de 1888, encerrando-se no dia 1 o . de outubro do mesmo ano.
       Esta série é reproduzida em ordem cronológica, a fim de que o simoniano tenha uma visão real das primeiras manifestações literárias do príncipe dos autores rio-grandenses.
       Neste propósito respeitamos a forma pela qual elas foram escritas, apenas adaptando-as à ortografia atual.


A segunda fase: 25 de abril de 1889 a 20 de agosto de 1890.
       Designamos por segunda fase de Balas de Estalo, o período de 25 de abril de 1889 a 20 de agosto de 1890, em que a referida seção foi repetida; intermitentemente, no jornal “A Pátria”.
       Assim foram destacadas, muito embora obedeçam as características anteriores, porque J. Simões Lopes Neto nessa fase usou o mesmo pseudônimo, Serafim Bemol – “reservado para suas produções de feição literária e de acento humorístico, assumindo, de quando em quando, características panfletárias”.(3)

1 Mozart Pereira Soares – Carta dirigida a Ângelo Pires Moreira, datada de 15 jul 1982, autor do livro A outra face de J.Simões Lopes Neto, 1. vol.
2 Carlos Reverbel – Um Capitão da Guarda Nacional, página 44
3 Carlos Reverbel – Um Capitão da Guarda Nacional, página 53

Arquivo em PDF Balas de Estalo em versão para download.

J. Simões Lopes Neto       Volta ao início da página