Cancioneiro guasca
"A vila do Rio Grande"

Tetos de erva, paredes de pântano,
Nome de vila e construção d'aldeia;
Quase coberta de volante areia
Dos combros que aqui crescem todo ano;
Brisas do vento leste e minuano,
De moscas, pulgas, bichos, é bem cheia;
Não sei quem tanto inseto aqui semeia
Para causar às gentes nojo e dano?
De pé em diminuto batalhão,
De cavalo os dragões mais esforçados,
De voluntário, uma legião.
Dizem que há nos campos muitos gados;
Esta é do Rio Grande a habitação
Onde purgando estou os meus pecados.

J. M. P. S.
(Fins do século XVIII.)

Cancioneiro guasca       Volta ao início da página