Casos do Romualdo
A vareta
Naquele tempo, as espingardas eram de carregar pela boca; o cartucho
apareceu muito mais tarde. E por serem mais leves e mais baratas, eu só usava varetas de
marmeleiro.
Uma vez, por esquecimento, depois de carregar a arma, deixei-lhe dentro a
vareta.
De tarde, atirando a um bando de pombas que havia pousado sobre uma
laranjeira, no tiro lá se foi a vareta.
As pombas - nem se pergunta, nem se duvida! - caíram todas, a chumbo.
Mas a vareta, essa ficou espetada no tronco da laranjeira e lá deixei-a ficar.
Pois no ano seguinte estava ela toda florida e cheia de botões... e no outro ano
já deu marmelos, por sinal que bem graúdos.
A vareta tinha pegado, de enxerto.
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