Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)
Sindicato dos Sociólogos do Rio Grande do Sul (SinSociólogos-RS)
08, 09 e 10 de junho de 2005 - Pelotas - Rio Grande do Sul


Atividade de Mobilização para o XXV Congresso da ALAS



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Grupos Temáticos:

- GT Políticas públicas e controle social
- GT Desenvolvimento local, democracia, participação e questão do trabalho

 


Resumos - GT Políticas públicas e controle social
 

Pluriatividade e Pesca Artesanal: O caso da Colônia Z-3 em Pelotas, RS
Paulo André Niederle / Mestrando em Desenv. Rural – PGDR/UFRGS / pauloufpel@yahoo.com.br
Flávio Sacco dos Anjos / Pesquisador do DCSA – FAEM – UFPel / flaviosa@ufpel.tche.br
Catia Grisa / Mestranda em Desenvolvimento Rural – PGDR/UFRGS / catiagrisa@hotmail.com
Nádia Velleda Caldas / Bolsista CNPq ITI – PGDR – UFRGS / nvcaldas@ufpel.tche.br

O artigo focaliza o tema da pluriatividade na perspectiva da pesca artesanal, à luz de recente pesquisa desenvolvida na região do estuário da Laguna dos Patos, extremo sul do país, sob os auspícios do CNPq. A atenção está posta na análise das principais estratégias de reprodução social das famílias de pescadores, com ênfase no exercício da pluriatividade. Explora, igualmente, o peso de outros elementos, como a previdência social, autoconsumo e políticas públicas para compreender o comportamento das famílias face às condições atuais da pesca. O artigo expõe resumidamente o problema de pesquisa, a relevância do debate sobre a questão da pluriatividade do ponto de vista da pesca artesanal e as características essenciais da região estudada em termos dos aspectos histórico-culturais que a conformam. Os dados apontam para a enorme relevância da pluriatividade enquanto estratégia de reprodução dos pescadores artesanais da Colônia Z-3. Parte desse cenário é conseqüência das restrições na disponibilidade de pescado impostas pela pesca predatória operada pelas grandes empresas do ramo.


O Papel dos Organismos Internacionais nas Políticas de Educação Superior

Cassiane de Freitas Paixão / Professora da Universidade Federal de Pelotas / cassianepaixao@ig.com.br

Nos anos de 1990 a educação superior brasileira passou por uma “nova fase”, demarcada tanto pela flexibilidade curricular e institucional, quanto pela diversidade de cursos ofertados e por uma nova demanda. Uma maior parcela da população almeja o diploma, incidindo também numa nova “abordagem” a respeito do valor desse título. A avaliação da qualidade da educação superior também faz parte essa nova fase, onde o Estado institui novas práticas de avaliação institucional. Porém, os rumos da educação podem ser entendidos com o contexto mis global. Os organismos internacionais colocam a educação na sua agenda e priorizam os seguintes aspectos:a UNESCO e o Banco Mundial, em documento sobre a educação superior, colocam a esfera econômica mais ligada ao conhecimento e menos manufatora. A UNESCO reforça a idéia do aumento quantitativo e condições estruturais para atender à comunidade. Tais prioridades, destinadas principalmente aos “países em desenvolvimento”, são reforçadas pela posição da OECD que destaca a diversidade institucional, onde o ensino superior deve se reorganizar para responder a uma nova demanda. Desse modo, a educação superior nos anos de 1990, deve ser entendida pela dinâmica nacional e contexto dos organismos internacionais.


O Futuro Ameaçado: O Mundo Rural Face os Desafios da Masculinização, Envelhecimento e Desagrarização

Nádia Velleda Caldas / Bolsista CNPq ITI – PGDR – UFRGS / nvcaldas@ufpel.tche.br
Flávio Sacco dos Anjos / Pesquisador do DCSA – FAEM – UFPel / flaviosa@ufpel.tche.br

O artigo analisa a importância da agricultura familiar e das transformações que atravessa o meio rural da Região Sul do Brasil produzidas, fundamentalmente, pelo modelo de modernização conservadora da agricultura, com ênfase na masculinização e envelhecimento populacional. Tais fenômenos se inserem no quadro de desagrarização da sociedade brasileira, entendida enquanto declínio da agricultura na economia nacional e geração de renda e ocupação para a população rural, processo este que, como aludem os autores, não pode ser confundido como desruralização como tendência inexorável a incidir sobre os espaços não densamente urbanizados.


Gestão da Política de Saúde no Município: a questão da autonomia

Luciana Leite Lima / mestranda do Programa de Pós Graduação em Sociologia - UFRGS / lucianaleitelima@hotmail.com

A trajetória institucional do sistema de saúde brasileiro caracterizou-se por centralização decisória e financeira no governo federal, pela consolidação de um sistema de prestação de serviços no qual a atenção complexa constituiu-se em prioridade de financiamento no setor e pela concentração de grande parte desses serviços sob gestão de organizações privadas. Este trabalho foi desenvolvido em Porto Alegre e analisa qual a possibilidade de autonomia do gestor municipal da saúde, na definição de prioridades para a área, frente a trajetória institucional da política de saúde brasileira. Dois foram os objetivos desta pesquisa: (a) verificar a autonomia do gestor municipal na gestão dos recursos financeiros da saúde e (b) verificar a capacidade de ação do gestor municipal frente a influência das instituições privadas de saúde. A autonomia do gestor municipal da saúde na gestão dos recursos setoriais é limitada, principalmente, pela prévia estruturação dos recursos de transferências federais. As instituições privadas que atuam no setor saúde demonstraram resistência em se submeter à gestão pública. Configurando uma tensão entre as tentativas do gestor público de expandir seu espaço de ação na gestão dos serviços privados e as tentativas do setor privado de manter sua posição no sistema de saúde.


Arquiteturas abandonadas: lugares incertos e tempos indefinidos na era das representações digitais

Eduardo Rocha / PROPAR/UFRGS / amigodudu@pop.com.br

A idéia inicial é investigar a existência de prédios abandonados nos centros urbanos, acreditando que as novas tecnologias da informação e da comunicação são capazes de institucionalizar o esquecimento e não de privilegiar a reflexão, o debate e o exercício da memória, ou seja, provocar o esquecimento da arquitetura. Tais pesquisas tiveram como eixo principal à representação e suas expressões, com ênfase na representação gráfica de arquitetura. Os procedimentos metodológicos pretendem utilizar o imaginário, juntamente com o simbólico e o real. Enquanto o imaginário se propõe a olhar para o conjunto de imagens pré-verbais – visuais e espaciais – que intervêm na constituição dos sujeitos, o simbólico pretende designar o domínio da linguagem nesse processo e o real irá aventurar-se, então, no que consideramos impossível de ser representado (por palavras e por imagens). A partir do pensamento baudrillardiano podemos vislumbrar que as cidades estão trocando o real pelo hiper-real, a verdadeira comunicação por sua simulação. Nos cenários contemporâneos, surgem, aparecem, nascem as arquiteturas abandonadas, lugares (des) ocupados com tempos esquecidos. São ruínas, que perderam seus atributos, seus encantos. Restos de construção, desmoronados, explodidos, incendiados, destroçados. Esse cenário contemporâneo e formado por não-lugares. A questão é procurar responder: Quais os fatores que levaram existência da arquitetura do abandono? Que arquitetura do abandono é essa? Porque resistem? Quem vive lá? Que tempo é esse? Que lugar é esse?


Pesquisa diagnóstico linha relacional: grupo cooperativo DUNASVEST
Piere Moreira dos Santos / INTECOOP-UCPel/ Especialista em Sociologia – UFPel / amigodudu@pop.com.br
Cristine Jaques Ribeiro / INTECOOP-UCPel / Doutorando em Serviço Social – PUCRS
Eduardo Rocha / INTECOOP-UCPel / Doutorando em Arquitetura - UFRGS
Lívia Malta Pontes / INTECOOP-UCPel / Pscicologia-UCPel
Francine Heidrich Coimbra / INTECOOP-UCPel / Pós-graduanda em Educação – UFPel
Aline Cunha da Fonseca / INTECOOP-UCPel / Serviço Social-UCPel
Rita de Cássia Sodré / INTECOOP-UCPel / Serviço Social - UCPel
Rosi Marrero / INTECOOP-UCPel / Serviço Social-UCPel
Graciela Goulart / INTECOOP-UCPel / Serviço Social-UCPel

O primeiro contato com o grupo foi feito no mês de novembro de 2004 na própria incubadora, período em que o grupo não estava totalmente formado, das vinte e uma pessoas existentes no grupo faltavam algumas para constituir o número mínimo para formação da cooperativa. Nesse processo de intervenção começamos a observar determinadas práticas de poder que haviam se estabelecido dentro da cooperativa e construídas durante esse processo. Nessas relações de poder constatou-se a constituição de dois grupos com interesses em comum, mas com idéias distintas. Para isso foram necessárias muitas reuniões, com diálogos e até mesmo muitas discussões, sendo que através de um processo de votação conseguíamos chegar a um denominador comum. As pautas das reuniões geralmente estavam vinculadas a questões como horários de trabalho, o que significava muito mais uma questão de poder o estabelecimento dos horários de trabalho do que qualquer outra coisa. A proposta de intervenção e um trabalho construído coletivamente entre educandos e educadores com objetivo de elaborar um roteiro de aproximação das equipes com os grupos de trabalhadores cooperados durante a oficina foram elaborados eixos temáticos que serão desenvolvidos através de encontros entre as equipes e os empreendimentos. Os eixos temáticos são: Como os cooperados enxergam a sua realidade? O que os cooperados esperam da Intecoop? O trabalho em grupo pode ser melhor que o individual? O que eles entendem por cooperativa? Porque optaram por essa forma de trabalho? O que é trabalho para os grupos?


O Direito e a possibilidade de coação
Alexandro Melo Correa / Faculdade de Direito / UFPel / ameloc@ig.com.br
Valesca Brasil Costa / Pós-graduação em Filosofia/UFPel / valescacosta@bol.com.br

O presente estudo tem por objetivo fazer uma breve leitura sobre a relação que se dá entre o Direito e a possibilidade de coação, de maneira que o conceito de coação que será utilizado neste trabalho refere-se a possibilidade do Estado efetivar o cumprimento da sanção estipulada na norma jurídica se valendo para tanto da utilização da força.
É dessa forma que a possibilidade de punição seria um direito pertencente ao Estado, que detém o Jus Puniendi. No entanto seria interessante que fosse feito uma leitura além, ou seja, a quem caberia supervisionar os limites do poder de coação?E nos dias atuais não haveria uma falência nessa relação, uma vez que nos deparamos com presídios superlotados e com uma sociedade cada vez menos crente no Estado e no Direito?Nosso trabalho, busca analisar a coação conjuntamente com a ciência penitenciaria, trabalhando a dinâmica que se dá na relação entre coação e ciência penitenciaria, o envolve inevitavelmente questões sociais.


Direito e poder disciplinar: um estudo da filosofia de Foucault
Valesca Brasil Costa / Pós-graduação Filosofia Moral e Política/UFPel / valescacosta@bol.com.br

O presente trabalho, fora elaborado com a intenção de desenvolver um estudo sobre as relações de poder e dominação na sociedade, com enfoque ao tema carcerário.Cabe no entanto considerar, que a leitura propõe-se em analisar as relações de poder que se apresentam na sociedade (onde dentre elas temos a relação carcerária) não direcionada a uma leitura econômica e marxista, onde teremos a dominação das classes, mas mais direcionada as relações de poder e dominação por um ângulo filosófico ou até mesmo antropológico, onde a dominação e exclusão se dão justamente pela possibilidade de reação do grupo dominado.No entanto, embora delimitada a obra “Vigiar e punir” de Foucault, onde então nortearemos nosso trabalho, não podemos deixar de considerar que ao trabalharmos com as questões carcerárias e a dinâmica social que envolve o tema, estaremos de certa maneira também trabalhando com questões que envolvem indiretamente as relações de poder econômicas que se dão na sociedade, daí justificar, o motivo de muitas vezes os assuntos aparecerem concomitantemente. Assim, não há como não considerar que dentre as relações de poder que se dão na sociedade existem aquelas que envolvem o aparato jurídico como instrumento fundamental para dinamizar essa estrutura de poder.


O Poder a Mídia e a Regulação Estatal
Leonardo Holz Prestes / Aluno Pós-Graduação Sociologia e Política – ISP / prestessitiogeral@ig.com.br

O Poder de influência da Mídia Audiovisual frente à legislação existente e a proposta de regulação introduzida pelo Projeto de Lei da Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual – ANCINAV.
Como o ordenamento jurídico regulamenta e regula as concessões audiovisuais, quais os direitos e deveres destes em relação à prestação de serviços públicos e de utilidade pública, estes são questionamentos feitos diariamente por todos sem que consigamos dimensionar o grande impacto sócio-cultural e a influência exercida pelos detentores dos meios de propagação audiovisual, e de divulgação maciça, quais os parâmetros de ação destes agentes.
É preciso inter-relacionar os agentes do estudo realizado fazendo com que haja uma compreensão do real intuito de vinculação destas peças do sistema de informações que se entende por Mídia ou Comunicação Social, e os poderes que eles exercem uns sobre os outros e a real força de uma eventual regulação do Estado que no caso do Brasil está em discussão. Como funciona e qual a real intenção de um projeto que visa trabalhar idéias a respeito do Audiovisual.


A Participação do Usuário da Política de Assistência Social no Exercício do Controle Social
Fernanda Fonseca da Fonseca / UCPEL/ E.S.S  / fernandafonsecadafonseca@yahoo.com.br
Vini Rabassa da Silva / UCPEL/ E.S.S

Este trabalho apresenta uma análise sobre a participação dos usuários da política da assistência no exercício do controle social, tendo por base empírica os dados obtidos através do desenvolvimento de uma pesquisa inter-institucional (Cáritas/UCPEL), aplicada em 6 municípios do RS, no período de 2002 a 2204, a qual contou, também, com a participação de professores e acadêmicos da UNISINOS e da UNIFRA. Foram utilizados como instrumentos para a coleta de dados: entrevistas semi-estruturadas, realizadas com uma amostra de 40 usuários; 6 entrevistas grupais e observações participantes nas reuniões e plenárias dos CMASs dos municípios pesquisados; e a observação em uma Conferência Municipal. A análise dos dados demonstrou, que apesar da participação dos usuários ser assegurada legalmente na LOAS, ela não é de fato reconhecida e exercitada nos espaços privilegiados de controle social. Foi constatado que quando acontece a sua evasão do conselho ela é ignorada pelos demais conselheiros, e que quando há participação ela é realizada, geralmente, por representação feita por dirigentes de entidades, que não são usuários desta política. Os dados colhidos com os usuários demonstram que a maioria desconhece totalmente, a existência e a finalidade dos mecanismos de controle social e que não lhes são oportunizados outros espaços para participação na fiscalização, proposição e/ou avaliação da política.


Agenda 21 Local: Processo de Consulta Popular

Ricardo Gonçalves Severo / Ong Hoc Tempore / ricardo.severo@click21.com.br

O processo de consulta popular da Agenda 21 Municipal foi formulada em 3 etapas. A primeira fase teve como objetivo a construção de questionário a ser aplicado à comunidade pela equipe de trabalho da Agenda 21 do município, tendo cinco temas geradores; a saber: Social, Econômico, Político-Institucional, Acesso à Informação e Geo-Ambiental. Esta etapa contou com a participação de 2536 pessoas que responderam ao questionário e definiram os pontos mais importantes a serem discutidos e implementados no município pela Agenda 21. Na 2ª etapa foi realizada a Conferência Municipal de Qualidade Ambiental em abril de 2004, que contou com a participação de 600 pessoas e onde foram referendados os tópicos levantados pelos resultados da pesquisa e debatidos novos pontos para inclusão no relatório resultante desta Conferência e edição do livro Construindo a Cidadania Ambiental: Agenda 21 Local. A última etapa teve como objetivo a criação de 6 núcleos de Educação Ambiental (Centro/Porto/Várzea, Areal, Praia, Fragata, Três Vendas e Colônia), criados em parceria com Ong’s locais (Amiz, RadioCom, CET, EcoAção e CEA) que dariam cursos de formação sobre educação ambiental a 180 pessoas, sendo 30 por núcleo e teriam à disposição uma sala de reuniões na escola de seu bairro com biblioteca e computador, financiados pelo FNMA. Ao final do processo estas 180 pessoas seriam multiplicadores do tema e popularizariam a discussão através de projetos próprios.


O Perfil dos Conselheiros do CMAs e CMDR em Nível Nacional
Rodrigo Quadros Vieira / UCPEL/ESS / rodrivieiras@yahoo.com.br
Vini Rabassa da Silva / UCPEL/ESS

Este trabalho resulta de uma pesquisa interinstitucional coordenada pela UCPel e Cáritas Brasileira. A pesquisa foi realizada em quatro estados, onde foram selecionados por amostragem intencional alguns municípios, visando analisar de que forma o exercício do controle social, na gestão das políticas públicas, pode interferir para a ampliação da cidadania como mediação para um novo projeto societário. Os dados apresentados são referentes à caracterização geral dos conselheiros (idade, sexo, escolaridade, ocupação, ano de ingresso, representação, participação em fórum e mobilizações) e possibilitam estabelecer uma comparação entre as características predominantes dos co-participantes da gestão pública de duas políticas específicas (assistência Social e desenvolvimento rural), evidenciando aspectos comuns e características diferenciadas.


A análise da participação da Sociedade Civil na Política da Assistência Social
Vini Rabassa da Silva
Mara Rosange Acosta de Medeiros
Débora Vasconcellos Gonzáles
Maristela Letzow Silva Becker / marysucpel@yahoo.com.br

O presente trabalho é resultante da pesquisa “A Política pública da assistência social no Estado do RS: avanços e perspectivas da participação da sociedade civil”,coordenada por um grupo de pesquisadores do NPDS- ESS/UCPel que contou com a participação de pesquisadores da PUCRS, ULBRA e UNIFRA. Tendo como objetivo analisar a participação da sociedade civil na implementação do Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência Social – SIDEPAS- a pesquisa trabalhou com 115 municípios que possuem gestão municipalizada. A UCPel trabalhou com 31 municípios através da aplicação de questionários a todos os Conselheiros dos CMASs. Além destes municípios, foram selecionados 3 para realização de entrevistas com técnicos da área, presidentes dos Conselhos e gestores. Considerando os dados analisados podemos afirmar que a participação da sociedade civil apresenta-se com grandes desafios e dificuldades, considerando: a inexistência de interesses antagônicos entre Estado e sociedade civil nos diferentes segmentos responsáveis pela sua gestão, fiscalização e execução, a ausência de uma cultura de participação da sociedade brasileira, o pouco incentivo e valorização do poder público.


Vida de preso: preso da vida

Ana Luísa Xavier Barros / Professora da Universidade Católica de Pelotas, membro do GITEP, mestre em Desenvolvimento Social e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS / analuisaxavierbarros@yahoo.com.br
Sinara Franke de Oliveira / Professora da Universidade Católica de Pelotas, membro do GITEP, mestre em Educação / sinarafo@uol.com.br

O trabalho contempla fragmentos de falas de alguns prisioneiros do Presídio Regional de Pelotas. Traz reflexões sobre o processo de aprisionamento relacionando-o com a desigualdade social; os reflexos desse processo numa subjetividade assujeitada; o impacto e os conflitos das saídas temporárias e o significado dos vínculos familiares na experiência da saída temporária.


Relações conjugais e violência: Estudo sobre o “ponto de vista” das mulheres de classe popular que recorrem a Delegacia de Polícia para a Mulher no Município de Pelotas - RS
Sabrina Rosa Paz / Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Acadêmica do curso de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) / sabrina_rosapaz@yahoo.com.br

O presente trabalho se situa na interface das Ciências Sociais e Jurídicas e tem como objetivo discutir a violência endereçada à mulher a partir da perspectiva de mulheres de classe popular, envolvidas em relações conjugais violentas, no Município de Pelotas – RS. Busca-se perceber com que objetivo essas mulheres recorrem à Delegacia de Polícia para Mulher, bem como em que termos é realizada a denúncia e em que situação arrisca-se o rompimento da aliança. Estas foram perguntas que nortearam esta investigação, articulando-se a gramática das relações de gênero e concepção de família presente neste universo social. A partir do trabalho de campo, no qual foram realizadas observações na Delegacia de Polícia para Mulher de Pelotas e entrevistas semi-estruturadas com sete mulheres que são ou foram agredidas pelos companheiros, o estudo verifica a lógica da denúncia e conciliação como forma de mediação dos conflitos, de demanda feminina, por intermédio da Delegacia. Na família, atenta-se para o laço entre a mãe e os filhos em que o risco de rompimento da aliança se constitui quando os filhos passam a ser o alvo das ações de violência.

 

 

Resumos - GT Desenvolvimento local, democracia, participação e questão do trabalho
 

Feminização do trabalho: um processo multifacetado
Leni B.C. Collares / Professora da UCPel / lebecol@hotmail.com
Elasio Faria / Professor da UCPel

O estudo trata das mudanças geradas pela reestruturação produtiva sobre o emprego formal no Município de Pelotas sob uma perspectiva de gênero. A partir da base de dados da RAIS, dimensionamos as alterações ocorridas no peso e na composição da força de trabalho mostrando que a reestruturação produtiva recaiu com mais intensidade sobre o emprego feminino na indústria, o que contrastou com os demais setores de atividade econômica nos quais a participação feminina teve comportamento diferenciado. Embora decaia o contingente feminino industrial, as mulheres tiveram importantes avanços em sua participação no mercado de trabalho caracterizando o processo de “feminização” da mão-de-obra. Esse processo, no entanto, não é uniforme. A pesquisa constatou que: a) nos demais setores de atividade econômica, o incremento da participação feminina apresenta peculiaridades significativas conforme o setor de atividade econômica que se considere; b) a partir de critérios de seletividade, a par das diferenças entre a participação masculina e feminina que permanecem, ampliam-se também as clivagens intragênero; c) a racionalização gerencial consolida uma certa homogeneização dos ganhos salariais entre homens e mulheres, mas esta é construída dentro de uma lógica de redução dos custos do trabalho sob um balizamento de gênero.


Experiências vividas junto à grupos de geração de renda
Aline Cunha da Fonseca
Cristine Jaques Ribeiro
Francine Heidrich Coimbra
Graciela Marques Goulart
Lívia Malta Pontes
Pierre Moreira dos Santos
Rita de Cássia Sodré Silva
Rosi Marrero Duarte

A presente escrita surge permeada pelas experiências vividas coletivamente, resultado da mistura desejante entre profissionais e estagiários do núcleo Unitrabalho (projeto INTECOOP - Incubadora tecnológica de cooperativas populares) da Universidade Católica de Pelotas com grupos cooperados ou de ação cooperada. Alianças que se dão na perspectiva de estar discutindo os processos de auto-análise e autogestão, tanto dos grupos de geração de renda quanto nas equipes interdisciplinares (compostas por estudantes de diferentes áreas do conhecimento); processos estes que não são promovidos por um ou outro, mas sim buscados no exercício cotidiano. Os entendimentos sobre a questão do trabalho que trazemos neste esboço surgem não só de leituras ou de espaços de discussão acadêmico mas principalmente do convívio com grupos de geração de renda.
O que propomos (gestão relacional – composta por estudantes e profissionais da área das ciências sociais) é o debate acerca das alternativas de trabalho e geração de renda que desnudam-se neste contexto social em que a questão do desemprego se mostra analisador destas novas formas de trabalho desenhando portanto o cenário econômico e social atual.


Uma proposta de discussão sobre trabalho
Aline Cunha da Fonseca
Cristine Jaques Ribeiro
Francine Heidrich Coimbra
Graciela Marques Goulart
Lívia Malta Pontes
Pierre Moreira dos Santos
Rita de Cássia Sodré Silva
Rosi Marrero Duarte

Produzimos a presente escrita no intuito de socializar as experiências vividas por um grupo de estudantes junto à coletivos que trabalham norteados pelos princípios do cooperativismo na cidade de Pelotas.
Trata-se da Gestão Relacional (acadêmicos dos cursos de Serviço Social, Psicologia e Filosofia) do núcleo Unitrabalho (projeto INTECOOP – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares) da Universidade Católica de Pelotas, que propõe trazer a discussão acerca das diferentes formas de trabalho (procurando desfocar o olhar do entendimento já engessado cientificamente); trazendo então conhecimentos que são produzidos a partir desta troca de saberes, que vem burlar a rigidez academicista que trata a questão do trabalho só enquanto força produtiva, sem considerar as diferentes potencialidades que podem emanar do mesmo, como a questão do trabalho imaterial.
Trazendo estes entendimentos é que propomos discutir a questão do trabalho, que traz como pano de fundo elementos como cooperativismo, ou ação cooperada, autogestão e auto-análise e as questões sociais que permeiam esta atividade, neste processo de produção de conhecimento coletiva.


Comportamento da zona rural de São Lourenço do Sul nas eleições para Prefeito em 1996, 2000 e 2004
Laíne Jeske Wagner / Instituto de Sociología e Política - Universidade Federal de Pelotas / laíne.Wagner@ibest.com.br
Alvaro A. B. Barreto / Instituto de Sociología e Política - Universidade Federal de Pelotas

O trabalho estuda o comportamento eleitoral da zona rural de São Lourenço do Sul nas eleições para Prefeito de 1996, 2000 e 2004. Para tal, divide o município entre zonas rural e urbana e analisa-se, em cada uma delas, a distribuição das preferências entre os partidos concorrentes. Cada pleito foi abordado individualmente, mas também houve a apreciação comparativa entre eles. Verificou-se que a zona rural acompanhou os resultados da zona urbana e do município, qual seja, elegeu o PP em 1996 e 2000 e o PT, em 2004. Todavia, nela, os índices do PP são mais intensos: ele vence com percentual mais alto de votos em 1996 (63,96%), em 2000 (55,81%) e em 2004, quando perdeu a eleição, mesmo assim o desempenho na zona rural é melhor (29,98%) na comparação com a zona urbana ou o município. Isso também se verifica, quando há a análise da divisão dos votos do PP: a zona rural é, sempre, onde ele obtém a parcela majoritária de sua votação: 60,46%, em 1996; 57,16%, em 2000 e 55,08%, em 2004. Identificado este quadro, a pesquisa analisa os motivos pelos quais ele tal ocorre, para isso, serve-se do aporte teórico da interpretação sociológica, a qual vincula comportamentos políticos mais conversadores a menor intensidade das interações sociais, o que se verifica no meio rural na comparação com o meio urbano.


A Dinâmica da relação Executivo–Legislativo, em Pelotas, entre 2001 e 2004
Amilton de Moura Figueiredo / Especialista em Política – ISP/UFPel
Alvaro A. B. Barreto / Professor do Instituto de Sociologia e Política/UFPel / albarret.sul@terra.com.br

O trabalho estuda as relações Executivo-Legislativo, no município de Pelotas, entre 2001 e 2004, período que coincide com a gestão do prefeito Fernando Marroni (PT), a partir da análise da dinâmica de tramitação, na Câmara de Vereadores, dos projetos elaborados pelo governo. Os projetos foram identificados e classificados quanto a: resultado (aprovado, rejeitado, substituído, retirado, suspenso); tipo de aprovação (unanimidade, maioria); existência ou não de emendas; temática e ano de tramitação. Posteriormente, houve o cruzamento das informações, das quais se destaca um cenário em que a agenda legislativa do Executivo prevaleceu na Câmara de Vereadores, ao longo do período. Dos 409 projetos elaborados, 335 (81,91%) foram aprovados, sendo 247 (60%) por unanimidade e sem emendas. Houve apenas projetos foram 10 rejeitados. Embora o número restrito, essas derrotas ocorreram em projetos estratégicos ao governo, como a mudança no cálculo do IPTU e a implantação da Taxa de Iluminação Pública.


Os Catadores Cooperados e o Mercado de Trabalho: O caso dos catadores de resíduos sólidos da cidade de Pelotas
Pierre Moreira dos Santos / INTECOOP-UCPel / Especialista em Sociologia – UFPel / amigodudu@pop.com.br

O acelerado ritmo com que a tecnologia digital vem se difundindo nos últimos tempos tem deixado conseqüências visíveis no processo produtivo. O trabalho dos catadores cooperados é uma atividade que está paralelamente aliada a um movimento por melhores condições de vida, é uma estratégia de sobrevivência, portando um movimento social recente. Tem-se assistido um intenso debate centrado nos impactos das novas tecnologias assim como as novas formas de organização do trabalho, a qual têm levantado um conjunto de discussões relacionadas às condições de trabalho e as questões de emprego, salário e qualificação, vinculados ao processo de globalização. A atividade dos catadores organizados em cooperativa caracteriza-se por ser um movimento social recente e eminentemente urbano na nossa sociedade. Nessa perspectiva defini-se movimento social como um esforço coletivo, continuo e organizado que se concentra em algum aspecto de mudança social. Emergem daí, os seguintes questionamentos: Qual o papel educativo representado pelos catadores cooperados? São educadores ambientais? Como a população vê os catadores cooperados? Como os catadores cooperados se vêem na sociedade?


Zoneamento: representações, significados e identidades
Eduardo Rocha / INTECOOP-UCPel / Doutorando em Arquitetura -UFRGS / amigodudu@pop.com.br
Cristine Jaques Ribeiro / INTECOOP-UCPel / Doutorando em Serviço Social – PUCRS
Pierre Moreira dos Santos / INTECOOP-UCPel / Especialista em Sociologia –UFPel
Lívia Malta Pontes / INTECOOP-UCPel / Pscicologia-UCPel
Francine Heidrich Coimbra / INTECOOP-UCPel / Pós-graduanda em Educação –UFPel
Aline Cunha da Fonseca / INTECOOP-UCPel / Serviço Social-UCPel
Rita de Cássia Sodré / INTECOOP-UCPel / Serviço Social-UCPel
Rosi Marrero / INTECOOP-UCPel / Serviço Social-UCPel
Graciela Goulart / INTECOOP-UCPel / Serviço Social-UCPel

Este trabalho procura traduzir vivências em oficinas de zoneamento, realizadas com grupos de catadores de resíduos sólidos, organizados em cooperativas, localizadas em diversos bairros da cidade de Pelotas e acompanhados pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (INTECOOP). O objetivo inicial é o de construir a idéia de zonear áreas específicas e temporais para facilitar a atividade de coleta. A idéia desse trabalho é descortinar as verdades, mostrar o essencial, o resultado de encontros e desencontros. Há, portanto um mistério, não diria tanto, uma prega, uma dobra, uma rusga, um estremecimento, uma convulsão. Não se trata de coisas escondidas, e por uma razão demasiado simples: não há o que esconder. O mistério vem do modo como se desenrola. Tão claro, tão dócil, tão neutro, tão distraído de si mesmo, que por vezes nos assusta. Não há drama nesses encontros. Somos nós e os grupos. Nos são representações. Zonear é representar. Todo o projeto, todo o desenho, todo o mapa é representação. A partir de uma perspectiva foucaultiana pensamos que todo projeto é essencialmente representação política. Diferentes representações e políticas. Toda essa política de representação se produz por meio de um processo de significação. Como um grupo os cooperados se representam, se significam e se identificam. A identidade dos grupos não é fixa; as identidades são transitórias. A identidade não é só representação do espaço, mas também do tempo em que vivemos. Uma reflexão sobre as identidades dos grupos perpassa por áreas movediças, fronteiras, ausências do discurso.


Vivência e oportunidades: como os jovens concebem seu futuro na agricultura familiar. Estudo de Caso no município de Morro Redondo-RS
Maria Regina Caetano Costa / Mestranda FAEM/UFPel / reginna7@ig.com.br
Flávio Sacco dos Anjos / FAEM/UFPel / flaviosa@ufpel.edu.br

A agricultura familiar reúne uma diversidade de situações e, para sua reprodução, é obrigada a buscar estratégias adequadas às condições do meio no qual está inserida. Em se tratando do processo sucessório, esta situação não é diferente. Atualmente o número de filhos é menor, o êxodo rural atinge as populações mais jovens e o envelhecimento da população soma-se ao processo de masculinização. As dificuldades externadas para a formação de novas unidades produtivas e o desejo de muitos jovens de não reproduzirem o papel de seus pais gera muitos dos conflitos ocorridos durante o processo sucessório.
A literatura aponta que este processo está centrado na figura paterna, e que as estratégias relacionadas à sucessão não são muito planejadas por parte da família, tanto no que diz respeito a quem ficará na propriedade ou de que maneira serão remunerados os excluídos do processo sucessório, geralmente as filhas.
No presente artigo relata-se experiências observadas a partir de uma pesquisa de campo realizada no município de Morro Redondo-RS, no qual são analisados os valores, cotidiano e expectativa de futuro dos jovens filhos de agricultores.


Campesinato reinventado
Nilson Binda / nilsonbinda@yahoo.com.br
Pierre Moreira dos Santos
Livia Malta Pontes / liviampontes@hotmail.com
Francine Heidrich Coimbra / fransociedade@yahoo.com.br
Cristine Jaques Ribeiro / cristinejr@bol.com.br
Aline Cunha da Fonseca / alinesquizo@hotmmail.com
Rita de Cássia Sodré / ritaesquizo@hotmail.com
Rosi Marrero / rosiesquizo@hotmail.com
Graciela Goulart
Eduardo Rocha

Durante longo período da história o campesinato prevaleceu como modo de vida e organização social rudimentares. Os vilarejos e cidades nascentes ainda não comportavam um modo de vida ao ponto de interferir naqueles que viviam no e do campo: os camponeses. Estes, seguindo o rítimo da natureza cultivavam a terra acumulando conhecimentos repassados de pai para filho. Vagarosamente foi crescendo e sendo organizada a agricultura com auxílio de animais domesticados (e humanos escravizados) e instrumentos rudimentares. Inúmeras revoltas de camponeses aconteceram nesse processo.
Com a irrupção do capitalismo inúmeros camponeses foram arrebanhados como trabalhadores em fábricas pujantes e em minas, devastando florestas em nome do progresso e do desenvolvimento. As cidades cresceram rapidamente e a população mundial, com algumas exceções, passa a ser majoritariamente urbana a partir da metade do século XX. O Brasil, não sendo exceção, passa por este processo. A partir da década de 80, com o surgimento dos movimentos sociais articulados à Vía Campesina, milhares de agricultores reinventam o campesinato, um novo modo de vida no campo, contando com as inovações tecnológicas proporcionadas pela revolução industrial.


A Dança das Cadeiras : A Migração Partidária na Câmara de Vereadores de Pelotas nas Legislaturas 1983-2004
Vanessa Moreira de Lima / Acadêmica do curso de Pós-Graduação em Política / vanessa.lima@universiabrasil.net
Álvaro Augusto de Borba Barreto / Professor do Instituto de Sociologia e Política

O trabalho estuda a migração partidária na Câmara de Vereadores de Pelotas, no período de 1983 a 2004, o qual compreende cinco legislaturas.
Procurou-se, inicialmente, identificar as ocorrências da migração partidária, e organizar essas informações conforme: vereador migrante, partido de origem e de destino, incidência por legislatura, ano da legislatura, ano calendário e composição numérica das bancadas. Posteriormente, analisaram-se os fatores que predispõem à troca de partidos por parte dos vereadores. Esses fatores foram classificados em duas categorias básicas (nacional ou local) e a segunda foi subdividida em outras três motivações (maximização de oportunidade, conflito com o partido ou conflito com o Executivo). Por fim, houve o cruzamento das informações, em busca da consolidação de um quadro mais amplo de análise do fenômeno da migração partidária na Câmara de Vereadores de Pelotas.


Rio Grande: algumas considerações acerca da atual situação desse município
Jonas Anderson Simões das Neves / Bacharel em História - FURG / Pós-graduando em Sociologia - UFPel

O presente estudo pretende esboçar uma análise da atual situação de estagnação econômica da cidade de Rio Grande, tendo por aspectos norteadores a estrutura fundiária do município, baseada no latifúndio, o arcaísmo político e a mentalidade da população. O objetivo fundamental do trabalho é demonstrar de que maneira esses aspectos atuam no sentido de manutenção da atual situação do município, bem como impedem a superação da mesma. Procurando responder aos objetivos da pesquisa buscou-se articular alguns conceitos que consideramos fundamentais na construção da análise com algumas informações relativas a atual situação municipal. Em termos de considerações finais o que se fez foi apontar alguns aspectos que podem vir a ajudar na superação da atual situação de atraso econômico e político por que passa a cidade.


Incubação de Cooperativas Populares: Mediando Interações Sociológicas entre Saberes
Eliana Weber Rodrigues / Mestranda em Educação – UFPel / elianasociologia@terra.com.br
Lilian Lorenzato Rodriguez / Mestra em Educação - UFPel / liloren@starmedia.com
Pierre Moreira dos Santos / pós-graduação em Sociologia - UFPel / amigodudu@pop.com
Mara Denise Larroque dos Santos / pós-graduação em História -UFPel
Caroline Bonilha / graduanda em sociología - UFPel / carolhe7@hotmail.com
Solaine Gotardo / pós-graduanda em Política e Fiolosofia – ufpel / managotardo@hotmail.com
Janaina da Silva Guerra / graduanda em Serviço Social – UCPEL / janasguerra@ig.com.br
Ana Júlia Dias Rosa / graduanda em Filosofia – UFPEL / Ana.julias@bol.com.br
Mirian Costa / graduanda em Pedagogia – UFPEL / malvaroc@bol.com.br
Jucenir Garcia / jussors@pop.com.br

A economia solidária surge como alternativa de trabalho frente ao sistema capitalista. A organização de grupos sob a forma de produção cooperativa constitui-se como forma de resistência a este contexto de exclusão. Viabilizando-se economicamente, um empreendimento de economia solidária poderá proporcionar uma melhor qualidade de vida para os cooperados e suas comunidades. A incubação de cooperativas é uma prática atual e inovadora e a participação de estudantes de Ciências Sociais e de outras áreas afins vem contribuindo para uma melhor compreensão da categoria trabalho como ação formativa. Pesquisamos um empreendimento incubado pela INTECOOP/UCPel (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares), a DunasVest (cooperativa de vestuário). Participamos de uma equipe interdisciplinar de incubação e desenvolvemos um trabalho de pesquisa-ação. O trabalho desenvolvido pela INTECOOP, inclui a assessoria pedagógica e relacional, da qual fazemos parte, contribui para uma reflexão acerca do processo formativo de construção de empreendimentos, baseado numa prática coletiva, solidária e autogestionária. Busca mediar, através de encontros periódicos, relações entre os saberes populares e os saberes da academia, com o intuito de colaborar no processo de desenvolvimento dos empreendimentos, proporcionando que estes se desenvolvam com autonomia, viabilidade econômica auto-sustentável e relações sociais solidárias e coletivas.


Formação Profissional e Empregabilidade: Nível de Satisfação do Aluno da UCPEL
Pedro Ernesto Andreazza / UCPEL / peandreazza@bol.com.br
Christiane Heemann / UCPEL / chrisfau@atlas.ucpel.tche.br

O desemprego de jovens entre 15 e 24 anos teve um forte aumento nos últimos dez anos, atingindo 88 milhões de desempregados em 2003. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de desemprego entre jovens chegou a 14,4%. Se tomarmos como referência a última década, a difusão de novas tecnologias de produção e gestão do trabalho tem sido apontada como a base de um novo padrão de produção. Ou seja, as novas tecnologias, apoiadas em novas formas e sistemas de organização da atividade humana vêm modificando radicalmente os pressupostos da produção de massa, intervindo diretamente nas relações de trabalho, e principalmente em quem está para entrar no mercado de trabalho. Esta pesquisa tem por objetivo principal fazer uma análise bibliográfica de tecnologia, modelos e formas de organização do trabalho, comparando o cenário pesquisado em 1996 com o atual, analisando também os desafios da transição de toda uma nova geração de trabalhadores, o perfil exigido, as qualificações e inseguranças quanto ao mercado de trabalho, chegando ao papel da educação e do conhecimento face às tendências deste paradigma produtivo. O atual estudo pretende apresentar os resultados da pesquisa de campo que está sendo realizada com os jovens universitários na Universidade Católica de Pelotas (RS), onde continua investigando e avaliando, através do nível de satisfação dos entrevistados, os múltiplos aspectos que envolvem o atual mundo do trabalho, já que os jovens estão diretamente envolvidos neste novo cenário mundial.


A Comunicação Interna nas Organizações como Ferramenta Motivacional e de Controle: Estudo de caso em uma empresa do ramo varejista
Ana Rosa Botelho Pereira / aluna da pós graduação em sociologia

O conceito atual de gestão busca proporcionar a máxima satisfação para os clientes, tanto clientes internos quanto externos e, essa busca deve ocorrer através da identificação de suas necessidades e desejos e do adequado uso destas informações nos processos e sistemas da empresa. Para promover este elevado nível de satisfação no ambiente de trabalho é necessário construir um eficiente canal de comunicação, onde ela não seja somente vista como um conjunto de canais que circula informações, mas sim como um sistema de interações onde o emissor e o receptor se influenciam e partilham resultados.
É através de uma comunicação dirigida para os funcionários de todos os níveis, que as organizações conseguirão atingir seus objetivos e metas e, consolidar e até melhorar sua imagem perante os funcionários e, também ao mercado.
O presente estudo buscou mostrar a importância da comunicação interna para o desenvolvimento de um quadro de referência comum a todos os colaboradores dentro das organizações e, esta conseqüentemente pode a utilizar como ferramenta para motivá-los e/ou controlá-los.


O Movimento dos Trabalhadores Desempregados: A emergência de um novo ator coletivo?
Francisco Vargas / ISP/UFPEL / fvargas@via-rs.net
Laura Senna Ferreira / ISP/UFPel
Cassiane Zanatta / ISP/UFPel

A partir de pesquisa em andamento sobre o Movimento dos Trabalhadores Desempregados - MTD, pretende-se analisar o processo de formação e organização desse movimento como uma tentativa de construção de um novo ator coletivo que tem como objetivo organizar as camadas populares urbanas da sociedade brasileira em situação de forte vulnerabilidade social. Desta forma, pretende-se investigar em que medida é possível a construção de um movimento social de desempregados. É possível que o trabalho e a exclusão do trabalho tornem-se fatores de articulação e organização desses setores da sociedade brasileira? Não seria o desemprego uma condição excessivamente instável, provisória e precária na construção de uma identidade e ação coletivas? A pobreza, a exclusão e a precariedade das condições de vida de grandes parcelas da população não seriam fortes obstáculos na construção de um movimento social de massas? A base social deste movimento seria apenas formada por estes setores vulneráveis ou abarcaria outros segmentos da sociedade brasileira, como os segmentos médios empobrecidos?
As estratégias de organização do MTD buscam superar as condições adversas de organização desses segmentos sociais. É nesse sentido que esse novo movimento social propõe uma organização baseada na cooperação e autonomia dos trabalhadores desempregados, incentivando formas de trabalho coletivas e reivindicando, junto ao poder público estadual, as chamadas frentes emergenciais de trabalho. Assim, um modelo de organização baseado nos acampamentos e assentamentos, a reivindicação dessas frentes de trabalho e as propostas de formação de núcleos de bairro, têm sido utilizadas pela direção do movimento como estratégias no sentido de superar as adversidades acima referidas. No entanto, os efeitos dessas estratégias em termos de ação e organização mostram-se ainda restritos e limitados.
A hipótese desta pesquisa é de que a construção de uma identidade coletiva a partir do trabalho e, particularmente, da exclusão do trabalho – estimulando uma ética do trabalho alternativa – mostra-se ambígua numa “sociedade onde prevalece o trabalho precário” e na qual este trabalho é freqüentemente um simples meio de subsistência. A construção desse movimento parece tornar imprescindível uma profunda re-significação dos sentidos do trabalho para esses grupos sociais, o que constitui uma árdua tarefa para as direções desse movimento.


O Movimento Operário gaúcho na redemocratização após o Estado Novo
(Um estudo sobre as ralações movimento/partido entre 1945 e 1948.)
Mário Augusto Correia San Segundo / Graduando em História da Universidade Federal de Pelotas / contramola@yahoo.com.br

Pretende-se, através deste trabalho, montar um quadro da ação do movimento operário gaúcho no período de janeiro de 1945 a janeiro de 1948. Analisando três pontos principais: Ocorrências das manifestações da classe operária (greves, piquetes, passeatas, etc.), como davam-se e que tipos de lutas eram desenvolvidas nas ações contra as classes dominantes ou Estado; Suas motivações; Relação destas com o PCB.
E através desses pontos, analisar o grau de independência ou atrelamento do movimento operário em relação às direções comunistas. E até que ponto os próprios comunistas obedeciam à risca as determinações de cúpula do PCB, no meio sindical.
Isso pode demonstrar duas coisas, que são hipóteses iniciais com que trabalhamos: Primeiro é que o movimento operários se sobrepôs às indicações partidária a tal ponto que o PCB perdeu o controle sobre os seus quadros, sendo obrigado a tomar medidas que a princípio não eram desejadas para aquele período, como a de apoiar as greves. E a segunda hipótese é a de que não havia movimento predominantemente submisso nem às direções estatais, e nem às partidárias, muito menos um movimento genuinamente conciliador de classes, como vinham apontando as análises que usam como modelo explicativo, para esse período, o “Populismo” ou o “Trabalhismo”.


Formas de Violência Expressas no Comportamento de Meninas Abrigadas
Priscila Soares Pepe / Universidade Católica de Pelotas
Stéphanie Batista / Universidade Católica de Pelotas

O presente trabalho refere-se às formas de violência expressas no comportamento de meninas institucionalizadas de 07 (sete) a 18 (dezoito) anos em um abrigo de proteção vinculado a Secretaria Municipal de Cidadania da Prefeitura de Pelotas.
A pesquisa tem como objetivo apresentar a problemática da violência no contexto do Abrigo, fazendo uma relação com os artigos do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Dentro desta perspectiva procura-se abordar a relação da violência, a maneira como ela se manifesta e se reproduz no Abrigo, buscando a compreensão das suas particularidades na Instituição. Também é feita uma análise da política de atenção à criança e ao adolescente, sua efetivação em relação ao atendimento as crianças e adolescentes abrigados em medida de proteção.
A metodologia é apresentada com o método qualitativo, procurando trazer o entendimento, de valores e significados de alguns fenômenos através da percepção do entrevistado.
Vale ressaltar que a pesquisa em questão é vinculada com a prática de Estágio Curricular Supersionado, da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas – UCPel.


A construção do conhecimento geográfico entre a teoria e a prática pedagógica: uma experiência do projeto de Professores em Serviço do Departamento de Geografia e Economia da UFPEL
Rosa Elane Antória Lucas / Doutoranda da FAEM/UFPEL, professora de Geografia do ICH/UFPEL / rclucas.sul@terra.com.br
Carmen Rejane Flores Wizniewsky / Doutora em Geografia, C. E. D. João Braga., Professora do Programa de Professores em serviço da UFPEL / zecojgw@brturbo.com.br
Paulo Quintana / Mestrando em Educação, professor do departamento de Geografia e Economia da UFPEL

O presente trabalho trata de uma experiência de qualificação de professores em serviço, que atuam em diferentes municípios da Zona Sul do estado do Rio Grande do Sul. A Universidade Federal de Pelotas e o Departamento de Geografia e Economia, contando com o apoio da Prefeitura Municipal de Jaguarão-RS, está desenvolvendo desde julho de 2002 (até julho de 2006) o Curso de Geografia Licenciatura Plena, como forma de uma melhoria na qualificação profissional dos professores. Fundamentalmente o curso vem desenvolvendo um trabalho de capacitação teórica e metodológica aos professores que atuam na rede pública municipal.
Tal trabalho é fruto de uma reflexão coletiva sobre o referido projeto, e trás resultados surpreendentes quanto à eficiência e importância da qualificação de professores de geografia do ensino fundamental, sem nenhum tipo de qualificação profissional. Os entrevistados: supervisores, coordenadores pedagógicos, direção das escolas, além dos próprios graduandos retratam em seus depoimentos um maior aprofundamento nos conteúdos, um maior envolvimento profissional e principalmente, foi detectado um aumento do interesse às aulas de geografia justificado pela renovação metodológica e enriquecimento teórico.


A sustentabilidade em agroecossistema de várzea na agricultura familiar
Carmen Rejane Flores Wizniewsky / Doutora em Geografia, professora C. E. D. João Braga / zecojgw@brturbo.com.br
José Geraldo Wizniewsky / Doutor em Agroecologia, professor da FAEM/UFPEL
Rosa Elane Antória Lucas / Doutoranda da FAEM/UFPEL, professora do curso de Geografia/ICH/UFPEL
Fábio Miguens / Doutorando da FAEM/UFPEL

O presente trabalho se refere a um projeto que está sendo realizado em um assentamento de reforma agrária localizado no município de Capão do Leão, na zona sul do estado do Rio Grande do Sul. No intuito de fugir a recomendações técnicas convencionais para os agricultores familiares, desde o ano de 2003, se busca construir junto às famílias assentadas em um projeto oficial de reforma agrária conhecimentos de manejo de agroecossistemas de “terras baixas”, a partir do referencial científico da agroecologia. A proposta de investigação está baseada em uma combinação de técnicas e métodos quantitativos e de caráter experimental, com técnicas de corte qualitativo como a observação participante. Historicamente as denominadas “terras baixas”, ou terras de várzeas são destinadas às lavouras de arroz, cultivando em grandes extensões de terras. Este forma de cultivo é conduzida com base no padrão tecnológico da agricultura convencional com a utilização dos “insumos modernos”, como os agrotóxicos, as sementes melhoradas e o uso intensivo da mecanização agrícola, além da peculiaridade do uso da irrigação. A agricultura familiar em pequenas áreas de terras é considerada pelo senso comum, nesta região como inviável considerando, principalmente os altos custos de produção de uma lavoura convencional de arroz irrigado. Porém os dados preliminares do ensaio do primeiro ano do presente projeto demonstram que é possível produzir arroz em pequenos lotes de terras (abaixo de 30 Há.), porém com uma orientação tecnológica distinta e com um outro sistema de produção que não o já “tradicional” arroz irrigado convencional.


Uma nova perspectiva para uma velha questão: organização coletiva ou individual da produção agrícola familiar em assentamentos de reforma agrária.
Carmen Rejane Flores Wizniewsky / Doutora em Geografia, C. E. D. João Braga / zecojgw@brturbo.com.br
José Geraldo Wizniewsky / Doutor em Agroecologia, professor da FAEM/UFPEL
Rosa Elane Antória Lucas / Doutoranda da FAEM/UFPEL, professora de Geografia do ICH/UFPEL / rclucas.sul@terra.com.br

O presente trabalho está relacionado a pesquisas que vem sendo realizadas em assentamentos de reforma agrária a partir de 1999. Nos reportaremos especificamente ao estudo de dois casos realizados em dois assentamentos localizados na zona sul do estado do Rio Grande do Sul. Um situado no município de Hulha Negra e o outro em Piratini. A investigação foi executada em base a técnicas qualitativas de pesquisa, mais especificamente a entrevista da semi-estruturada, efetuadas aos assentados e aos técnicos que atuavam como assessores das famílias assentadas. O primeiro assentamento mencionado passou por algumas experiências de organização coletiva de produção, em meados dos anos 90 (século XX), via cooperação. Este processo foi um tanto traumático para as famílias assentadas, de tal dimensão que os assentados mencionaram em seus depoimentos uma aversão a tudo o que se refere em coletivo. Um dos aspectos mais destacados pelos assentados no tocante ao trabalho coletivo é a avaliação da hora trabalhada. Os assessores técnicos também coincidem que este é um dos principais problemas para a receptividade por parte dos assentados em participar de organização da produção e/ou trabalho de forma coletiva. Em contrapartida no outro assentamento mencionado (Piratini), por existir, uma experiência de cerca de 10 anos de produção coletiva, as opiniões dos assentados manifestados em seus discursos são favoráveis ao processo de organização coletiva do trabalho e da produção. Vários autores trabalharam esta temática na literatura, donde destacamos os trabalhos de Navarro (1995,1997), onde o autor critica o modo como a proposta do “coletivo” foi levada aos assentamentos.


O conhecimento da realidade local como elo no processo de construção interdisciplinar
Rosa Elane Antória Lucas / Doutoranda da FAEM/UFPEL, professora de Geografia do ICH/UFPEL / rclucas.sul@terra.com.br
Carmen Rejane Flores Wizniewsky / Doutora em Geografia, C. E. D. João Braga / zecojgw@brturbo.com.br
José Geraldo Wizniewsky / Doutor em Agroecologia, professor da FAEM/UFPEL

O presente trabalho baseia-se em um relato de experiências em formação de professores das escolas do campo realizada na área de influência da 5ª Coordenadoria Regional de Educação – Pelotas, inserida em um projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas. Entre os programas contidos no citado projeto estão: a construção histórica da comunidade local (comunidade escolar), além do conhecimento do lugar em seus diferentes aspectos.
É de fundamental importância que os educadores do campo tenham uma relação mais profunda da realidade cultural, histórica e geográfica da comunidade rural onde está inserida a escola, pois “(...) a educação na realidade camponesa expressa-se não apenas no espaço escolar, mas nas diversas formas de manifestação do movimento camponês” (Thirrien, 1993, p.08).
A escola só cumprirá o papel que a sociedade dela espera se esta realmente ajudar as crianças e jovens desencadear seu processo de desenvolvimento integral, processo este que começa na interpretação da realidade imediata, e no despertar da curiosidade e interesse pelo processo de ensino-aprendizagem. A escola do meio rural deverá priorizar conteúdos que abordem temas relacionados a realidade local, para tanto é imprescindível que a escola dentro de uma visão interdisciplinar busque conhecer a realidade local como forma de melhorar a qualidade do ensino, m,as acima de tudo revelar que o conhecimento pode ser partilhado objetivando o crescimento global.


Os benefícios e os malefícios do prolongamento da jornada de trabalho junto aos trabalhadores da saúde e educação da cidade de pelotas - RS
Jairo Dias Nogueira
Elisabete Pires da Rosa
José Daniel Matos da Silva
Regina Beatriz da R. Baldissera

1 - APRESENTAÇÃO DA PESQUISA
As questões que envolvem o mundo do trabalho vão construindo ao longo da história redes de complexidade que perpassam todos os períodos da humanidade, dentre eles, aqueles que dizem respeito às necessidades de consumo que as pessoas criam ao longo da vida. Essa contextualização contemporânea apresenta no mínimo algumas questões paradoxais. Enquanto cresce assustadoramente o número de desempregados no País e leva um outro grande grupo de trabalhadores ao mercado informal e ao subemprego, aumenta significativamente o número de pessoas que prolongam a jornada de trabalha como forma de manter ou garantir uma melhor qualidade de vida.
2. AS ORIGENS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
Esta pesquisa é fruto de estudo realizado no Curso de Mestrado em Desenvolvimento Social da UCPel, e atualmente servirá como tese de doutoramento junto à Pontifícia Universidade do RS, e que vem sendo realizada junto aos trabalhadores das áreas da saúde e educação da cidade de Pelotas, RS, desde o ano de 2000 e tem como objetivo:a) Estudar os benefícios e malefícios ocorridos com os
trabalhadores das áreas da saúde e educação da cidade de Pelotas , RS que prolongam suas atividades trabalho após terem cumprido uma jornada legal.

 
O HGPE na candidatura “Mais Pelotas”
Elementos para uma discussão sobre marketing político

Clóvis Alberto Camargo Veronez

O trabalho representa um estudo sobre o HGPE (Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral) na televisão, destaca seu papel preponderante nas campanhas políticas da atualidade, relata uma alternativa para sua construção e propõe uma discussão sobre seus condicionantes e resultados.
Desenvolveu sua abordagem, a partir do processo de construção do HGPE na televisão, da candidatura de Gilberto Cunha (prefeito) e de Matteo Chiarelli (vice-prefeito), ao pleito municipal na cidade de Pelotas, em 2004, representando a coligação “Mais Pelotas”, formada pelos partidos PSDB e PFL.
Do ponto de vista de seu recorte teórico, o trabalho margeia o terreno das relações entre a mídia e a política, dirigindo seu olhar especifico para o fenômeno político-eleitoral caracterizado, principalmente, pela preponderância presumida, sobre outras formas, da comunicação de massa via televisão, nas localidades em que se apresenta disponível.


A bovine guide to political theory
Márcia Baltar Veronez
Clóvis Veronez

O trabalho apresenta um painel sobre a percepção e representação de modelos políticos realizado a partir da disciplina de língua inglesa com alunos da 8ª série do ensino fundamental da escola estadual Monsenhor Queiros.
A temática da política, praticamente inédita no currículo escolar, é tratada com entusiasmo e criatividade pelos jovens que somam as informações contidas no texto outras, oriundas dos seus processos de socialização.
O resultado é um conjunto criativo e revelador das matrizes que moldam as visões sobre política e sociedade nesse grupo.


A construção da cidadania através do trabalho comunitário: duas experiências de mobilização cidadã na cidade de Pelotas
Eliana Mourgues Cogoy / Escola de Serviço Social - UCPel
Alfredo Alejandro Gugliano / Instituto de Sociologia e Política - UFPel

Atualmente, vários elementos influenciam a articulação entre trabalho, questão social e Serviço Social. Por exemplo, o processo de globalização não só está transformando as relações sociais na esfera macrossocial, abrangendo as negociações entre os Estados e suas políticas, mas também no campo microssocial, envolvendo aspectos que se relacionam com a vida cotidiana dos cidadãos e seu sentimento de coletividade.
Partindo-se do entendimento de que a análise de qualquer processo contemporâneo pressupõe a apropriação dos cenários que antecedem a realidade atual, faz-se necessário, abordar o desenvolvimento histórico das transformações que compõem a sociedade e suas conseqüências. Neste trabalho, resgatam-se alguns fragmentos marcantes da evolução da cidadania através das políticas sociais do século XX e a contribuição do Serviço Social referente às possibilidades de expansão da cidadania, a partir da análise de duas experiências comunitárias, realizadas através da intervenção da UCPel. As considerações realizadas objetivam contribuir para novas produções na área ciências sociais.


Comportamento clientelista no Brasil: predisposição dos eleitores em 2002
Francislene dos Santos / Graduação em Ciências Sociais (Bacharelado) – UFPel / francislene_isp@hotmail.com
Robson Loeck / Professor ISP-UFPel

O comportamento clientelista está atrelado a nossa história política desde os primórdios do descobrimento até os dias atuais e seu estudo continua sendo importante para a análise das relações políticas no Brasil. Anteriormente ocorria pela incapacidade política dos eleitores e atualmente ocorre pela necessidade e facilidade dos mesmos em obter vantagens “fáceis” e imediatas, ocasionadas pela inabilidade dos governos em instituir políticas públicas eficazes para o combate das desigualdades socioeconômicas no país. Este trabalho analisa as características e a amplitude dos eleitores que “aceitam” as práticas clientelistas.


O Crescimento do Setor Informal nas Relações de Trabalho
Ricardo Gonçalves Severo / graduando em Ciências Sociais – Universidade Federal de Pelotas / ricardo.severo@click21.com.br

Com a chamada 3ª Revolução Tecnológica, baseada na informática e robótica e tendo como modelo de produção o toyotismo, tem início o período denominado acumulação flexível, com incremento da utilização de capital constante e redução do capital variável, onde se observa a utilização de mão-de-obra altamente especializada, em contraposição ao período anterior (fordismo/taylorismo), onde prevalecia o operário-massa ou parcializado, reduzindo em escala nunca vista antes o emprego de força-de-trabalho na produção direta das indústrias. Necessário, no entanto, à realização de patamares de acúmulo capitalista que correspondam aos investimentos em capital constante o emprego de força-de-trabalho de forma flexível, denominado trabalho informal, onde não se observa jornada formal de trabalho, aumentando a exploração destes trabalhadores. Esta operação ocorre de forma a buscar a redução dos custos da produção, e se expressa através da utilização de terceirizações, trabalho de meio-período e nas relações dissociadas da produção, como vendedores ambulantes, catadores e etc. O que anteriormente era um custo, através de recebimento de salários, não o são mais, pois seus rendimentos dependem diretamente da realização da mercadoria. Assim os trabalhadores recebem somente quando realizam a mercadoria, ou seja, na venda.


A utilização da imagem do Brizola pelo PDT
Luceni Hellebrandt / Graduanda em Ciências Sociais ISP-UFPel / luceni@metodo.inf.br
Robson Loeck / Professor do ISP-UFPel

Este trabalho busca analisar a utilização da imagem do Brizola pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), após a sua morte. Para tal, estamos fazendo um levantamento das teorias de formação da imagem, o papel da imagem visual e da imagem mental, e dos mecanismos para a formação e a manutenção da imagem pública, visando saber como se aplicam ao caso de Brizola e os meios que o PDT vem utilizando para revivê-lo no imaginário coletivo e transferir seus feitos positivos para o partido. Os materiais que estão sendo utilizados na pesquisa são: cartazes, símbolos, programas para televisão e páginas na internet do PDT.


Os reflexos do Projeto Político Pedagógico em construção da Casa da Criança São Francisco de Paula no Desenvolvimento Infantil
Wanda Griep Hirai / Casa da Criança São Francisco de Paula e UCPEL / wanda.hirai@gmail.com
Mara Brum / Casa da Criança São Francisco de Paula e UCPEL
Ana Helisa Anselmo Garcia / Casa da Criança São Francisco de Paula e UCPEL

A educação infantil tem despertado o interesse de diferentes áreas do conhecimento originando trabalhos interdisciplinares capazes de gerar espaços de produção que incentivam o desenvolvimento do pensamento, da afetividade, dos valores, da diversidade cultural, étnica e social, o acesso aos direitos sociais e a vivência de diferentes experiências individuais e coletivas voltadas para o desenvolvimento da autonomia e da participação do homem na vida social. Este trabalho objetiva apresentar a proposta político-pedagógica em construção na Casa da Criança São Francisco de Paula que se fundamenta em teorias sócio-interacionistas das quais resultam atividades ligadas à vida cotidiana das crianças e das famílias possibilitando o seu desenvolvimento e inclusão social. Nessa perspectiva, este trabalho apresenta também o resultado de uma pesquisa aplicada pela acadêmica do curso de Serviço Social junto aos diferentes segmentos envolvidos no processo de educação infantil da referida Instituição.


A importância da pesquisa acadêmica no processo de trabalho do Assistente Social junto à famílias em situação de risco social
Wanda Griep Hirai / UCPEL e Casa da Criança São Francisco de Paula / wanda.hirai@gmail.com
Daniele Mendes Nunes / UCPEL e Casa da Criança São Francisco de Paula
Simone Neves da Silveira / UCPEL e Casa da Criança São Francisco de Paula
Thaís Cenci Dariva / UCPEL e Casa da Criança São Francisco de Paula

O processo de trabalho do Assistente Social situa-se dentro da divisão social e técnica do trabalho coletivo, e tem como matéria prima, diferentes questões que o instigam à permanente busca de alternativas de intervenção junto à seus demandatários. Desta forma, o presente trabalho apresenta o resultado de pesquisas elaboradas por acadêmicas do Curso de Serviço Social durante a realização do Estágio Curricular na Casa da Criança São Francisco de Paula tendo como focos: 1)O perfil sócio-econômico das famílias atendidas no ano de 2004. 2) Como essas famílias vivem o lazer e como isso influência o desenvolvimento das crianças e: 3) A dependência química em meio às famílias atendidas pela Casa da Criança São Francisco de Paula. Trata-se de pesquisas quanti-qualitativas que tem por finalidade subsidiar as acadêmicas na elaboração de projetos de intervenção que objetivam a transformação da realidade social das famílias atendidas na perspectiva de fortalecimento do núcleo familiar bem como na melhora da qualidade de vida destas.


Trabalho prisional como alternativa de reinserção social
Ana Carolina Jardim
Daniela Yunes Abrahão

Este estudo visa identificar de que forma o trabalho pode ser um meio de garantir ao apenado sua reintegração social.
Tendo em vista que a maioria dos apenados do Presídio Regional de Pelotas, encontram dificuldades de se inserirem no mercado de trabalho pela estigmatização decorrente da estrutura social em que estão inseridos. Também existe a dificuldade de encontrarem oportunidades de trabalho quando estão aptos , visto que alguns encontram-se em regime aberto e semi-aberto.
Dentro do espaço prisional existe a tentativa por parte dos trabalhadores


Sistema municipal de defesa do consumidor – Um canal de acesso à cidadania

Leonardo Holz Prestes / Aluno Pós-Graduação Sociologia e Política – ISP / prestessitiogeral@ig.com.br

O Sistema Municipal de Defesa do Consumidor instaurado pela – Lei Municipal 4532/2000, trabalha a idéia de integração do órgão com a comunidade onde dentro dos conselhos diretivos, consultivos e deliberativos, vários segmentos da comunidade se fazem presentes com o intuito de integração e interação.A presente proposta de trabalho é baseada na experiência de instalação do PROCON Municipal em Pelotas, no ano de 2004 onde nos utilizamos, de vários princípios no intuito de atingir objetivos como participação democrática, transparência, confiança e a efetivação na solução dos litígios.
Dentro da ótica da Proteção e da Defesa do Consumidor um Órgão de Defesa do Consumidor pode adotar condutas distintas, atuando somente com as reclamações, com uma visão de Atuações Prévias, ainda com Atuações de Ofício, ou com boa estrutura e utilizando-se de todos os atributos legais reunir em uma só força todas as atuações citadas fazendo que com isso tenhamos uma maior efetivação dos direitos do consumidor. Constata-se também que a maior carência em torno da temática é realmente a falta de instrução geral, e para o consumo, fazendo com que assim seja ainda mais importante o papel deste sistema que visa antes de tudo educar para um consumo racional.
Este apanhado geral que ora exponho em forma de trabalho é resultado de esforço coletivo no intuito de implementação de uma defesa e proteção do consumidor efetiva, que pretendia antes de tudo trabalhar um conceito de procedimentos direcionados para uma maior publicidade das condutas do órgão de defesa do consumidor, propiciando assim uma maior qualidade na prestação dos serviços.


Modos de viver em assentamentos de Reforma Agrária
Aline Cunha da Fonseca
Cristine Jaques Ribeiro / cristinejr@bol.com.br
Eduardo Rocha
Francine Heidrich Coimbra
Graciela Marques Goulart
Lívia Malta Pontes
Nilson Binda
Pierre Moreira dos Santos
Rita de Cássia Sodré Silva
Rosi Marrero Duarte

Este trabalho tem o objetivo de apresentar o acompanhamento dado as iniciativas que produzem ações cooperadas em assentamentos de Reforma Agrária pelo Programa INTECOOP do núcleo UNITRABALHO-UCPel. Este programa conta com o grupo de pesquisa nomeado Gestão Relacional que tem a proposta de considerar o tema participação a partir dos diferentes processos que surgem coletivamente.
Os modos de viver em assentamentos de Reforma Agrária expressam um cotidiano que constrói a partir das experiências entre as famílias tentativas de autogestionar e auto-analisar o lutar, o morar, o plantar, o orar, entre outros, que reinventam a partir da criatividade a produção da própria vida de quem está implicado numa realidade que se realiza a cada dia, ou seja, que não está definida, fechada, regrada ao ponto de não suportar mudanças.
Então, a participação assegura a existência de saberes coletivos e ações cooperadas nos assentamentos que surgem num processo de discussão e vivência não dependentes. Portanto, os modos de viver criados coletivamente são conectados as necessidades também criadas e, assim, nesta relação, multiplicidades são manifestadas como potencialidades.


Partido Comunista Brasileiro Revolucionário: Entre o Leninismo e a Autonomia
Renato da Silva Della Vechia / Prof. de Ciência Política da Ucpel / renatodv@zaz.com.br

Esse trabalho busca resgatar a origem e história de uma das organizações de esquerda que surgiu no período de 1968 a partir das dissidências dentro do Partido Comunista Brasileiro. Inúmeras organizações irão surgir nesse período, sendo que a maioria das mesmas irá aderir ao processo de luta armada contra o regime militar. Entre as diversas diferenças políticas e ideológicas entre elas, uma se destacava: a manutenção de uma estrutura de partido ou a criação de organizações sem estrutura de partido e com liberdade de ação por parte dos comando militares da organização. O fundo dessa discordância era proveniente da influência da influência da Revolução Cubana entre os militantes de esquerda na América Latina através da Teoria do Foco, onde a ação de partido era considerada desnecessária. Por outro lado, também é fruto da retomada dos debates sobre concepção de partido revolucionário e a relação dos partidos com os movimentos de massas, debate presente no pensamento marxista europeu durante toda a primeira metade do século XX. O PCBR buscou aliar a concepção leninista de partido com as posições de defesa da autonomia do movimento de massas frente aos partidos, concepção defendida pela marxista alemã Rosa Luxemburgo, entre outros. O trabalho, portanto, busca estudar o contexto em que este debate se realizou na esquerda brasileira durante o regime militar.


Economia solidária: uma questão para o serviço social
Jane Cláudia Jardim Pedó / Professora Assistente do Centro Universitário Franciscano/ UNIFRA Santa Maria, RS. Mestre em Serviço Social da PUCRS. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UFPEL, área de concentração em Produção Vegetal / janepedo@unifra.br, janepedo@ig.com.br
Zelir Terezinha Valvassori Bittencourt / Bolsista PROBIC. Acadêmica do Curso de Serviço Social, 5º Semestre
Kellen Gomes de Oliveira / Acadêmica do Curso de Serviço Social, 5º Semestre

O Curso de Serviço Social do Centro Universitário Franciscano / UNIFRA desenvolveu uma pesquisa voltada para a temática de Economia Solidária, com a participação de quatro acadêmicas, integrantes do quarto e do oitavo semestre, tendo como motivação a tentativa de conhecer trabalhos ligados a este campo. Com o objetivo de conhecer e mapear os espaços de comercialização de dez grupos de EPS sendo seis da área urbana e quatro da área rural, no município de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul, que integram a Cooperativa Mista dos Pequenos Produtores Rurais e Urbanos (COOESPERANÇA). Este objeto de estudo é relevante porque vem se tornando uma demanda que emerge da população menos favorecida, além de ser campo de atuação multiprofissional como tentativa de reconstrução da identidade cidadã, no resgate do trabalho, dentro da lógica da solidariedade. Ao final da pesquisa se identificou a existência de seis espaços de comercialização, localizados em sua grande maioria no centro da cidade. Os sujeitos envolvidos são naturais de Santa Maria, predomina a religião católica, a maioria mora no perímetro urbano, renda entre um e quatro salário mínimos que denota um sinal bastante positivo, já que a renda é obtida com o produto de trabalho desenvolvido dentro do projeto de EPS.


As conseqüências de uma possível modificação do Sistema Eleitoral no padrão de comportamento dos parlamentares.
Solaine Gotardo / Pós-Graduanda em Política ISP/UFPel / managotardo@terra.com.br

O Brasil convive há muitos anos com um sistema eleitoral conhecido como voto proporcional de lista aberta. Este sistema, acrescido da não fidelidade partidária, construiu ao longo dos anos uma cultura personalista e fisiológica no sistema político. O fato dos partidos necessitarem de pessoas conhecidas como “puxadores de voto”, para ampliar(ou até mesmo manter) a representação partidária, fez com que os critérios de fidelidade programática e partidária ou até mesmo de capacidade política, fossem postos de lado em detrimento de pessoas carismáticas e/ou populistas. A partir desta perspectiva surge a proposta de revisão do sistema político do qual hoje o país está inserido, visando corrigir minimamente tais distorções produzidas pelo mesmo. Por conta disso, o presente trabalho procura investigar quais seriam as conseqüências desta reforma no comportamento dos parlamentares, e quais os mecanismos a serem adotados a partir das possibilidades de uma novo cenário eleitoral.
A presente pesquisa pretende partir do arcabouço teórico disponibilizado principalmente segundo a leitura de Argelina Figueiredo e Fernando Limongi.

 

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