Seminário PPGB - 2011-10-17
UV-C EM MORANGOS: ASPECTOS MOLECULARES, BIOQUÍMICOS E TECNOLÓGICOS

Discente: Suziane Antes
Orientador: Cesar Rombaldi
Data: 19/10/11

O seminário abordará a utilização da radiação UV-C (ultravioleta C) como estratégia de indução da expressão de genes do metabolismo secundário, compostos fitoquímicos e aumento da vida pós-colheita de frutos de morango. O morangueiro (Fragaria x ananassa) é uma cultura típica de climas mais amenos, que não é muito tolerante a temperaturas elevadas, mas produz o morango, fruta amplamente aceita e apreciada pelos consumidores, não só pelo sabor mas pelo seu valor nutritivo. No Brasil, o morango tem se adaptado melhor da região sul de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, porém existem experiências até mesmo no cerrado. Durante o desenvolvimento da fruta na planta-mãe, vários fatores influenciam na biossíntese de compostos provenientes do metabolismo primário e secundário, dentre estes fatores têm-se a presença de patógenos, o teor de micro e macro nutrientes no solo, a incidência de radiação UV (ultravioleta), entre outros. Pesquisas indicam que o aumento da radiação solar UV não é meramente um estresse ambiental para as plantas. A radiação UV pode causar efeitos morfogenéticos na planta, que pode, por sua vez, modificar a arquitetura das plantas e a estrutura da vegetação. Além disso, a radiação UV afeta a produção de vários metabólitos secundários (tais como flavonóides, taninos e lignina), com importantes conseqüências fisiológicas e ecológicas. Um dos fatores determinantes na deterioração pós-colheita do morango é o amolecimento excessivo que facilita a infecção por patógenos, reduz a vida útil e limita o transporte e o armazenamento. Buscando retardar a perda de firmeza do morango, estudos tem relacionado a utilização de métodos de conservação pós-colheita, como o uso de radiação UV-C, com a inativação de enzimas que atuam na hidrólise de hemiceluloses e pectinas. Além de atuar sobre as enzimas de parede celular, seja na expressão do gene ou na inativação enzimática, a radiação UV-C atua sobre a indução de enzimas do metabolismo secundário como os compostos de origem fenólica, que possuem grande importância na proteção das plantas contra estresses bióticos e abióticos. Trabalhos já buscaram relacionar algumas respostas bioquímico-fisiológicas, decorrentes do tratamento com UV-C, com a expressão de genes envolvidos na degradação de parede celular, biossíntese de compostos fenólicos, ácido ascórbico e aromas, e algumas respostas positivas na expressão de genes-chave na pós-colheita de morango já existem (Severo, 2009). Por isso, esse trabalho busca aprofundar, avaliando mais genes envolvidos nessas rotas metabólicas de interesse, além de relacionar a expressão transcricional desses genes com as respostas bioquímicas-fisiológicas em morango tratados com UV-C na pós-colheita.