Seminários PPGB - 28/09 - 2011-09-17
Seminários
Tatiane Fogaça e Samuel Ribeiro
Quarta-feira 28/09 as 14h sala Carlos Chagas - Biotecnologia

Seminário 1
Biotecnologia Médica: genotipagem do códon 72 do gene p53 de fetos e gestantes como auxiliar no diagnóstico de abortamentos
Apresentadora: Tatiane Bilhalva Fogaça, aluna de Mestrado PPGB
Orientador: Dr. Tiago Collares

O seminário abordará a utilização da genotipagem de fetos provenientes de abortamento e sua correlação genotípica materna, como ferramenta auxiliar na elucidação diagnóstica do aborto.
O aborto é definido como o término da gravidez, antes das 20 semanas de gestação, ou quando o feto pesa menos de 500 g. Classifica-se o abortamento conforme a sua apresentação clínica em aborto completo, aborto incompleto, aborto retido, aborto inevitável, aborto infectado, aborto séptico, gestação anembrionada e o aborto habitual ou recorrente.
O abortamento de repetição ou abortamento habitual é definido como três ou mais abortos consecutivos, e ocorre em cerca de 0,5 a 3 % dos casais em vida reprodutiva. A frequência esperada de três abortamentos consecutivos em um casal seria de 0,3 %, o que demonstra que, nesses pacientes em particular, deve existir uma causa subjacente responsável pela incidência adicional. Somente em cerca de 50% dos casos, entretanto, é possível identificar uma patologia responsável pelo quadro. Nos casos de aborto espontâneo recorrente de origem idiopática, polimorfismos têm sido propostos como fatores de suscetibilidade, aumentando as chances de aborto em mulheres saudáveis.



Atualmente, diversos estudos mostram que as modificações no gene p53 estão entre as alterações genéticas mais comuns em cânceres humanos. O gene supressor de tumores p53 é um fator bem conhecido que regulam a apoptose em uma variedade de células e tecidos. Sabe-se, que apoptose e proliferação celular são freqüentemente observados durante a gravidez, em células dos vasos sanguíneos e da placenta. Além disso, existem dados que fornecem evidência de que o p53 desempenha um papel crítico na mediação da gravidez, regulamentando a ativação de hormônios esteróides.
Dessa forma, a avaliação de polimorfismos no gene p53 associada à ocorrência de aborto recorrente de origem idiopática no plasma materno, proporcionam alternativas para a investigação pré-natal precoce do genótipo fetal e para o aconselhamento genético familiar.

Seminário 2
Diagnóstico molecular do câncer colorretal

Apresentador: Samuel Ribeiro, aluno de Mestrado PPGB
Orientadora: Fabiana K. Seixas

O câncer colorretal é um processo nas quais células normais, quando expostas a várias agressões genotóxicas, resultam no acúmulo de mutações ou fenômenos epigenéticos em genes os quais atuam no controle e imortalização celular. No que concerne à incidência, o câncer de cólon e reto é a terceira causa mais comum de câncer no mundo, em ambos os sexos, e a segunda causa em países desenvolvidos. No Brasil, o CRC é a quinta causa de morte no sexo masculino e a terceira no sexo feminino. A sobrevida global em cinco anos se encontra em torno de 55% nos países desenvolvidos e 40% nos países em desenvolvimento.
Nos tumores colorretais, perda de alelo e mutação no gene TP53 ocorre em mais de 60% dos casos. Além disto, a proteína é detectada em 30% dos adenomas e entre 40- 60% dos adenomas com displasia de alto grau. Uma das principais mutações estudadas no gene TP53 inclui o polimorfismo do códon 72, localizado no éxon 4 do gene TP53. Este polimorfismo, relacionado com vários tipos de câncer, deriva da substituição de um único nucleotídeo, onde CCC codifica a Prolina, ou CGC codifica a Arginina, resultando em uma mudança não-conservativa.
O presente estudo objetiva identificar e estabelecer a freqüência de SNPs no códon 72 do gene TP53 relacionando-a com dados anatocitopatológicos, através de técnicas avançadas de Biologia Molecular, em amostras histológicas de indivíduos diagnosticados com câncer colorretal em seus diversos estágios progressivos da doença.